TRAGÉDIA NA “CIDADE QUE SE RECUSA A DESAPARECER”

Beirute

Progresso de leitura

Capital e maior cidade do Líbano, um país do Oriente Médio, na Ásia, Beirute está entre as 10 cidades mais antigas do mundo – seu nome aparece em inscrições que datam do século 13 a.C. É também o lar da primeira escola de Direito do planeta.

Ao longo dos séculos, Beirute foi conquistada, destruída e reconstruída muitas vezes. Por isso, ela costuma ser chamada de “a cidade que se recusa a desaparecer”.

Na terça-feira, 4 de agosto de 2020, uma grande explosão na região portuária de Beirute, à beira do mar Mediterrâneo, gerou uma gigantesca coluna de fumaça e um forte deslocamento de ar que varreu a região, abalando outras áreas da capital, danificando prédios e, até o fechamento deste artigo, deixando pelo menos 140 mortos, 300 mil desabrigados, dezenas de desaparecidos e mais de 5.000 feridos. 

Em situações assim, cabe a pergunta: o que precipitou tamanha tragédia? Expiação coletiva, arbitrariedade ou engano das pessoas que, segundo as autoridades, provocaram um incêndio em um depósito que armazenava uma grande quantidade de nitrato de amônio no porto da capital libanesa?

Reconstruindo o destino

Em seu livro Admirável mundo em que vivemos, Wilson Czerski lembra que, apesar de não termos as informações necessárias para saber se era ‘destino’ delas, fato é que ninguém “morreu de graça”. Entretanto, o autor faz importante ressalva: “mas Deus permitir é diferente de ser de sua vontade”.

“Um indivíduo ou grupo pode ser vítima da imposição do livre-arbítrio mais forte de outro”, explica Czerski, “e nem tudo o que acontece conosco no presente é consequência de vidas passadas. A cada dia, a cada momento estamos todos reconstruindo o destino, alterando os efeitos do passado e gerando novas causas que repercutirão no futuro próximo ou nas vidas futuras”.

Porém, muitos são os relatos de pessoas que escaparam da explosão por pouco. É o caso, por exemplo, de uma embarcação com militares brasileiros que estão no Líbano a serviço de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). A fragatahavia deixado o local o horas antes, mas mesmo a 13 quilômetros de distância do local onde foi o epicentro do acidente, os tripulantes sentiram o impacto.

Pela cidade, uns pensaram que era um sismo, outros que a guerra tinha começado. Os que não fugiram da cidade, feridos ou ilesos, em ruas cobertas de estilhaços, procuram familiares e amigos.

E, então, pergunta-se: por que alguns conseguem escapar e outros não?

Com a palavra, Wilson Czerski:

“Não há privilégios para ninguém. Mas perguntamos: quem tem mais chance de driblar uma situação de risco dessas quando não depende de si, quando alguém outro é que agiu com negligência, irresponsabilidade ou dolo? Será aquele que a vida toda apresenta uma conduta reta, demonstra fé em Deus e pratica o Bem ou aquele que só lembra de orar em desespero na hora em que o avião já está caindo?

Uma eventual intuição, um pressentimento, uma ajuda de um bom espírito alcança mais facilmente aquele que mantém a mente e a alma receptivas às boas influências, que apresenta em seu currículo significativos merecimentos.

Porém, se ela tem um resgate cármico compulsório a cumprir, se aceitou ou solicitou determinada expiação ou prova moral, então, nem ele nem os espíritos protetores poderão evitar a sua desencarnação naquele acidente ou catástrofe natural. Algumas vítimas ali poderiam estar pagando dívidas contraídas no passado enquanto outras somente adquirindo créditos para o futuro”.

Expiações, provas e missões

“Mas, como estudioso do assunto”, prossegue o autor, “há muitos anos sinto-me motivado e à vontade para, ao menos, especular hipóteses que justifiquem a ocorrência em questão. O que gostaria de colocar é que, à minha modesta análise, esse acontecimento “tinha que acontecer”, estava previsto, não cabem explicações de que alguém ali (…) poderia ter sido vítima de uma fatalidade ou da ação de um terceiro através do livre-arbítrio mais poderoso”.

“Alguns mais apressados podem querer afirmar que juntos eles teriam cometido algum delito e que agora tiveram que se ressarcir junto à justiça divina. Como sempre deixo bem claro, embora admita essa explicação em alguns casos, por questão de lógica e de “fé raciocinada”, encontro resistências íntimas para catalogar todos os casos a esta explicação.

Nossas experiências terrenas são constituídas de expiações, sim, mas também de provas e missões. E conclui Czerski: “o hoje em parte é efeito do ontem, mas, concomitantemente, é tempo de construção através de novas ações que trarão resultados no amanhã”.

E (re)construção, como sabemos, é o dom da “cidade que se recusa a desaparecer”.

GEORGE DE MARCO é jornalista-redator das publicações periódicas da Editora EME

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