O cuidado com a alimentação, nos dias atuais, ocupa razoável espaço nas mídias. O uso de agrotóxicos no campo e de conservantes nos alimentos industrializados tem sido objeto de preocupação não só dos órgãos fiscalizadores, mas principalmente dos consumidores. Essa preocupação estende-se aos inibidores de apetite, dietéticos e mesmo alguns remédios.
Para alguns, no entanto, a preocupação assume níveis paranóicos, especialmente quando pesquisas de laboratórios, mesmo que preliminares, condenam este ou aquele alimento ou levantam simples suspeita sobre determinado produto. “Este provoca câncer. Aquele acelera o aparecimento de Alzheimer. E aquele outro pode levar à morte”, dizem eles, assustados.
Nessas horas, fico a refletir sobre a famosa máxima – “O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai dela” – quando o Cristo fez calar aos fariseus, que, tão zelosos com a higiene do corpo, esqueciam-se da alma, deixando o espírito vulnerável a sentimentos malsãos, como o ciúme, a inveja, a presunção e o orgulho, capazes de engendrar enfermidades igualmente graves.
Estava eu imerso nessas reflexões quando me chegaram às mãos os textos de Janelas da Alma, da Editora EME. Foi como uma confirmação às minhas conjecturas. Em cada um dos tópicos, seu autor, o coronel PM reformado José Milton Costa, contextualiza, com extrema lucidez, as máximas do Evangelho ante os problemas humanos da atualidade.
Com efeito, o homem, esse viajor dos milênios, continua escravo das mesmas fraquezas e refém de alguns de velhos gigantes opressores da alma – o medo, a ansiedade, a descrença, o materialismo cego, na busca desenfreada pelo “ter-mais”, em detrimento do “ser-mais”, como adverte o autor de Janelas da Alma.
“Vivemos uma inversão de valores. Fazemos, aos outros, justamente o que não queremos que nos façam. Quase todas nossas mazelas envolvem problemas de convivências e relacionamentos”, ressalta o coronel Milton na introdução da obra.
Não obstante, a humanidade nunca esteve órfã. De tempos em tempos, avatares foram enviados à Terra para impulsionar o progresso moral da raça humana, fosse através dos mestres do Oriente, fosse através dos egípcios, dos hebreus, gregos e romanos. A humanidade recebeu vários códigos de leis, mas a lei – ora a lei! – continua letra morta para os homens.
“Nos dias de hoje, uma simples lei de trânsito facilita a vida de uma comunidade, pedestres e motoristas. São simples símbolos, códigos, sinalizações verticais e horizontais, mas ajudam o nosso trafegar no dia a dia. Mesmo assim, notamos tantas contravenções no trânsito, desrespeito total às leis”, assinala o autor em um dos capítulos. “Nossas leis são ab-rogadas e mesmo revogadas, rasgadas todos os dias. Os mais diversos crimes são cometidos”, acrescenta.
Ora, não bastam os muitos códigos e leis instituídos pelo homem? Não bastam. Tanto que os tribunais estão abarrotados de processos intermináveis. No entanto, apenas o código de trânsito espiritual, baseado na fraternidade recíproca e no respeito ao semelhante, bastaria para que todos os outros fossem abolidos!
Bastaria, pois, seguir a regra áurea ensinada por Jesus: “Não faças a outrem o que não desejarias para si mesmo”. Ou, de forma mais assertiva, como escreveu o coronel Milton Costa, em Janelas da Alma: “Faças a outrem o que desejarias fizessem a ti mesmo”.
Eis aí um bom antídoto para esses monstros que aterrorizam as criaturas. Se é pelas portas do medo, da ansiedade, da insegurança e a descrença que as enfermidades adentram nossa casa mental, esta máxima nos abre, ao mesmo tempo, as janelas da mente para as verdades eternas. Estas são, verdadeiramente, as janelas para a felicidade.
*RUBENS TOLEDO é jornalista e diretor de Comunicação na USE São Paulo. Produz e apresenta o programa A Vida Continua (www.avidacontinua.org.br). Na Editora EME, atua como revisor e colabora na avaliação e preparação de originais.
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