Qual a principal motivação para escrever E o amor floresceu?
Além da satisfação de poder estar colaborando com a divulgação do Evangelho e da doutrina espírita, a continuidade do cumprimento de um dever assumido com o autor espiritual, desde quando formamos a parceria, pois, até o momento em que foi iniciada a psicografia deste novo romance, eu não tinha conhecimento de qualquer detalhe da história.
Existe alguma relação entre este lançamento e os seus demais livros?
Especificamente, não, pois sendo a história gerada a partir de um conjunto de fatos ocorridos com cada um dos personagens, a história de uma vida, dificilmente, pode ser comparada a outra.
O que o leitor irá encontrar neste romance? Faça-nos uma resenha
Lendo-o atentamente, certamente, encontrará resposta para questionamentos sobre o perdão, de acordo a afirmação de Jesus, para lei de causa e efeito, a reencarnação, a perfeição da justiça divina e, por outro lado, os malefícios gerados pela obscuridade da ignorância, do egoísmos, da inconformação para com o inevitável, do apego a bens materiais e, sobretudo, a descrença em si mesmo e, consequentemente, em Deus. E, finalmente, focando com atenção os passos do personagem, Mateus, perceberá o quanto pode o amor, quando usado como força motriz na concretização dos ideias, dentre outros.
Este é mais um romance resultante da parceria sua com o espírito Dizzi Akibah. A escolha dos temas é sempre feita por ele ou você participa com sugestões?
Sempre é ele quem escolhe os temas, os quais, são recolhidos em narrações de espíritos desencarnados na Colônia espiritual onde atua. Ele opta, sempre, pela história narrada, que mais se aproxima do tema escolhido, de preferência, quando se relaciona aos conteúdos do Evangelho e a doutrina espírita.
Durante a psicografia de E o amor floresceu, você conseguiu perceber o caminho que a história seguia?
Não tentaria, pois seria surpreendido do mesmo jeito que ocorre, com quem, já no começo da leitura, no caso de uma história, passa a especular como será o final! Isso me ocorre, somente depois da digitação, durante a primeira leitura que faço do conteúdo.
Na introdução de E o amor floresceu, Dizzi Akibah fala sobre “plantar e colher” enquanto oportunidade de desenvolvimento espiritual. Em sua opinião, qual seria o caminho mais seguro para este crescimento?
Lembremos-nos da afirmação de Jesus: eu sou o caminho, a verdade e a vida. Com Jesus, o caminho nos conduz a verdade e esta, futuramente, à vida plena. Sob a ótica da doutrina espírita, torna-se mais fácil a assimilação, sem se deter, apenas, na teoria, porquanto, somente na prática transformando as lições luminosas de Jesus, em páginas vivas do Evangelho, podemos estar hoje, melhor que ontem e amanhã, melhor que hoje.
Dizzi apresentou a visão dele sobre o assunto, além do que já abordou no romance? Qual seria?
Hoje é a sua grande oportunidade! Sintetizou, certa feita, em resposta a uma pergunta neste sentido, que lhe fiz.
Crescer espiritualmente “dói”?
Por melhor que seja a nossa decisão pelo crescimento, a dor, método educativo um pouco mais rigoroso, nos atinge, estimulando-nos ao despertar do sono das ilusões, que tentam obscurecer a verdade. Crescer, dói, sim! Afinal, o Pai da vida criou-nos simples e ignorantes. Amar e Esclarecer-se: eis a grande conquista a caminho da verdadeira felicidade.
Jesus muito nos chamou atenção para a reforma íntima. Ainda assim, séculos depois, o ser humano não consegue se reformar. Quais as dificuldades de ser persistente na evolução pessoal?
Várias! Todavia, destacamos o egoísmos já que ele dificulta o despertar do amor a si mesmo, consequentemente, do amor ao próximo e a Deus sobre todas as coisas.
Como a espiritualidade encara esta nossa dificuldade?
Provavelmente, com naturalidade, por entender que as potencialidades interiores, patrimônio doado por Deus a todos nós, no momento da criação, ocorre de existência a existência ao longo dos séculos.
Será realmente possível que as pessoas mudem seu jeito de agir rapidamente, ou seja, adquirindo uma consciência espiritual e, assim, alcançar o progresso de imediato?
Santo Agostinho afirmou, certa feita, que contribuiu para o seu próprio despertar, tomando consciência, diariamente, dos atos praticados. Segundo ele, à noite, antes de dormir, repassava todas as suas ações daquele dia, com a finalidade de se corrigir. Madre Tereza de Calcutá, afirmava que o seu despertar se deu quando, contemplando uma imagem de Jesus crucificado, disse-lhe em oração: vou tirar-te desta cruz, levantando os caídos, aliviando e consolando os sofredores. Entretanto, mesmo já tendo adquirido uma consciência espiritual, o progresso não será imediato, pois antes dele é necessário o desenvolvimento, o que requer tempo. Voltando a aos exemplos de Santo Agostinho e Madre Tereza de Calcutá, ambos, provavelmente, já contavam com históricos de desenvolvimento, favoráveis ao início do progresso espiritual.
Em que a compreensão real e integral de nós mesmos nos ajudaria na vivência das máximas evangélicas no nosso dia-a-dia?
Podemos comparar a condição ao solo, quando bem preparado para germinação das sementes, que nele serão depositadas.
Apesar de todas as informações que recebe a respeito, por que os espíritas tem tanta dificuldade em persistir em sua reforma interior?
É possível definir, apenas, com uma lavra: acomodação!
E o amor floresceu demonstra a importância do perdão como um ato de amor. Perdoar a nós mesmos não seria um dos primeiros passos para nosso desenvolvimento espiritual?
Logicamente sim, já que o despertar do amor se dá inicialmente em si mesmo, em seguida ao próximo, até atingir as condições para o desenvolvimento do amor a Deus sobre todas as coisas.
Como conciliar nossa situação de espíritos ainda imperfeitos, com o perdão? Haverá sempre ocasião de falhar. O que fazer?
Isso depende do patamar evolutivo. Quando Jesus falou sobre o perdão, muitos não se encontravam em condições de compreender e tantos outros, que já contavam com as devidas condições, necessitaram, como até hoje necessitamos, de um pouco mais de esclarecimento, para desfazer as dúvidas, a exemplo de Pedro o apóstolo, que, dentre outras, formulou a seguinte pergunta a Jesus: Rabi se perdoarmos como dizes, setenta vezes sete vezes, não estaremos sendo coniventes com o infrator das leis? Por isso mesmo, embora falhando, não se esquecer da persistência, buscando recurso nos exemplos de Jesus.
Que mensagem deixaria para quem nos lê agora?
Mesmo em meio às convulsões morais, que às vezes abalam o equilíbrio interior, não desanime! Durante a colheita do que foi plantado sem a devida seleção das sementes, continue semeando! Em vez do desânimo, lembre-se de que tudo passa e passa bem melhor, quando nos identificamos com tolerância, e a paciência, na certeza de que, em momento algum falta assistência amorosa, do pai da vida, fonte do amor, Deus! Por isso mesmo, não perca a esperança e enquanto espera, realize o melhor que estiver ao seu alcance. Aproveito o ensejo, deixando para todos vocês, leitores amigos, um forte e fraterno abraço, com votos de paz e de uma boa leitura.
E Dizzi Akibah? Poderia também deixar uma mensagem aos nossos leitores?
“Que coloquemos, sempre, o amor à frente das nossas decisões e amemos nas condições que nos forem possíveis, como o olhar de ternura, a palavra que reanima, o sorriso que alegra, um abraço ou um simples aperto de mão, pois, não há coração que, ante o toque do amor, permaneça árido! Amemos, na quietude e no silêncio que nos inspira a natureza, pois, embora o ininterrupto movimento das suas ações, permanece sempre, no equilibro das leis do Divino Senhor do universo. Enfim, que através do amor, possamos nos reconciliar com todos e com tudo que se encontra ou não, em nossa volta. E para você que acaba de ler esta singela mensagem, deixo um abraço recheado de amor, paz e esperança”.
Dizzi Akibah.