Obsessão: a dificuldade de ‘primeira linha’

obsessão

Progresso de leitura

O jornalista e radialista Pedro Santiago identificou-se com a doutrina espírita durante sua busca por ensinamentos espirituais.

Iniciou a psicografia em 1990 quando recebeu, pelo espírito Dizzi Akibah, o romance Raboni – novos rumos. Juntos escreveram ainda Raboni – caminhos de redençãoLaços de amor eternoSem nunca dizer adeusUm dia no passadoPor que estou assim? e Quando o amor é o remédio.

O mais recente romance da dupla lançado pela Editora EME é Da dor ao amor.

O livro, cuja história tem o seu desenrolar entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX em, simultaneamente, Florianópolis (Santa Catarina) e Lisboa (Portugal), apresenta-nos um jovem médico milionário que, embora defensor do ateísmo, de um momento para outro passa a ver espíritos pela mediunidade de clarividência e mesmo não acreditando no que vê, se deixa dominar por verdadeiro pavor.

Na ilusão de se livrar dessa nova situação e prosseguir vivendo sem qualquer observação aos bons costumes, como era o seu hábito, acaba traçando um novo rumo, onde passa a se debater com a dor, num quadro muito conhecido pelos espíritas: a obsessão.

Allan Kardec, em O livro dos médiuns, capítulo 23, alerta que “no número das dificuldades que a prática do espiritismo apresenta é necessário colocar a da obsessão em primeira linha. Trata-se do domínio que alguns espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre os espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento”.

O Codificador esclarece que a “obsessão apresenta características diversas que precisamos distinguir com precisão, resultantes do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que este produz”. A palavra obsessão é, portanto, “um termo genérico pelo qual se designa o conjunto desses fenômenos, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação”, onde a simples “só tem o inconveniente de dificultar as comunicações com os espíritos sérios ou com os de nossa afeição”; a fascinação, de consequências muito mais graves, o espírito obsessor “deve ser esperto, ardiloso e profundamente hipócrita” e a subjugação “um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir malgrado seu”.

Segundo Kardec, as “imperfeições morais do obsedado são frequentemente um obstáculo à sua libertação”.

No caso do jovem médico de Da dor ao amor, esta libertação diz respeito ao orgulho, a descrença na existência de Deus e por fim, liberar-se da frieza com que tratava as pessoas que não faziam parte da sua classe social, como o empregado da casa que, embora maltratado por causa da sua condição social e da cor da sua pele, por ser descendente de escravos africanos, empreende constantemente esforço na tentativa de mudar o jeito de viver do seu jovem patrão.

“O mais poderoso meio de combater a influência dos maus espíritos é aproximar-se o mais possível da natureza dos bons”, responde um espírito à pergunta que Kardec faz no item 254. Assim, apesar de momentaneamente distanciados pela diferença de gosto e de modo de viver, já que um seguia pela dor e o outro pelo o amor, patrão e empregado serão os promotores da convergência que determinará o mesmo ponto de chegada.

E entre a partida e a chegada não faltarão na história exemplos de bondade, de perdão, da eficiência da justiça divina e da lei de ação e reação, sob o efeito de muitas emoções e de situações surpreendentes.

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