Progresso de leitura

Juventude não deve ser entendida apenas como sendo a fase da mocidade orgânica, mas sim como uma qualidade do espírito. Rápida observação das pessoas permitirá essa conclusão, pois encontramos “jovens” desanimados e “velhos” com disposição e bom ânimo de fazer inveja. Alegria, jovialidade e dinamismo podem e devem ser cultivados em qualquer idade, sendo mesmo indispensáveis a uma vida saudável.

Juvenilidade é movimento, é ação, de modo que enquanto permanecermos em atividade seremos eternamente jovens, não obstante a corrupção do corpo carnal.

De um lado, é imprescindível manter a saúde física, cuidando de uma alimentação equilibrada; evitar substâncias deletérias como o álcool, o fumo e outras drogas; não perder noites de sono inutilmente; e trabalhar segundo as nossas forças, tudo isso porque o corpo é concessão divina para que a alma possa aprimorar-se nas lutas terrenas.

De outro lado, é importante desenvolver a capacidade mental, estudando sempre, ampliando o nosso conhecimento sobre todas as coisas, não só para adquirirmos sabedoria, mas também para podermos ajudar os mais ignorantes. Ao contrário do que o leigo pensa, estudar não desgasta o cérebro e nem conduz à loucura, pelo contrário, proporciona uma lucidez cada vez maior, prevenindo-se a criatura contra males atribuídos à velhice, como o esquecimento, a esclerose senil e o mal de Alzheimer.

Com a melhoria da saúde pública e da medicina, as pessoas têm condições de cuidar mais do corpo material e de viver largo tempo na Terra, sendo comum hoje em dia aquelas que chegam a um século. Uma reencarnação bem aproveitada acelera o nosso processo evolutivo, razão pela qual cada dia aqui deve ser bem aproveitado para o enriquecimento do espírito.

Fundamental, porém, é sustentarmos o equilíbrio emocional, vencendo traumas e temores e amadurecendo sentimentos e virtudes, o que será possível alcançar na medida em que fortalecermos a nossa fé em Deus, passarmos a confiar mais nas nossas possibilidades e também acreditarmos um pouco mais no nosso próximo, vivendo num clima de respeito e solidariedade.

Em síntese: pensar, falar e agir no bem é a condição fundamental da juvenilidade.

Muitos jovens eximem-se dessa vivência alegando ser necessário gozar enquanto podem, relegando para mais tarde viver seriamente; na madureza, não poucos se dizem velhos demais para aprender ou mudar a própria maneira de ser, já que se encontram no fim da vida.

A vida, porém, não tem fim. O corpo carnal se dissolve e seus elementos irão compor outras substâncias.

A alma, ao contrário, é imortal e ao se desligar do corpo mantém a sua individualidade, prosseguindo no plano espiritual a sua caminhada ininterrupta em busca da perfeição.

Fácil concluir que, seja qual for a nossa idade, devemos conservar a juvenilidade, sabendo que todas as experiências e conhecimentos adquiridos estarão em nós definitivamente incorporados, preparando-nos o caminho da felicidade.

 

DONIZETE PINHEIRO em Para uma vida saudável – Breve ensaio sobre as virtudes