AMÉRICO DOMINGOS NUNES FILHO é médico pediatra e um dos mais ilustres investigadores sobre fetos e crianças com deformações. Escritor, pesquisador e orador espírita, autor de várias obras espíritas e articulista em diversos periódicos, com centenas de matérias publicadas, inclusive no exterior, abordando diversos temas de natureza científica e filosófica, Américo lançou pela Editora EME os livros Porque sou espírita e A verdade mais além. Nesta entrevista ela fala sobre seu novo livro Reencarnação – questão de lógica.
Diante de tantas obras sobre o tema, qual a importância de se lançar Reencarnação – questão de lógica?
Existem muitos livros, abordando o tema “Reencarnação”, intensamente ricos em conteúdo doutrinário e científico. A nossa intenção é a de trazer mais subsídios, proporcionando aos estudiosos e interessados novos ângulos de entendimento, tentando englobar, em uma só obra, acentuadas referências no campo da ciência, da filosofia e da religião. Ao mesmo tempo, enfatizando a presença da reencarnação nas Três Revelações Divinas à Humanidade. Enfim, em um compêndio, mais comprovações da ação misericordiosa do Pai Amado, proporcionando sempre a oportunidade do infrator, em inúmeras vivências físicas, reparar suas faltas e, mediante o seu caminhar com responsabilidade e desprendimento, poder encontrar dentro de si a paz e a felicidade já inerentes em potencial desde o momento cósmico de sua criação espiritual.
Fale-nos sobre o livro, como um breve resumo aos leitores.
O compêndio engloba vinte e um capítulos, em um total de quase 300 páginas, revelando, com ênfase, que a doutrina palingenésica, nos dias atuais, é observada consideravelmente à luz da filosofia e da ciência, porquanto muitas pesquisas estão surgindo, abrindo os horizontes, possibilitando novas investigações, nos campos especulativos da Neurologia, Psicologia, Psiquiatria e da Filosofia. Importante que o leitor descubra por si mesmo todos os meandros da obra, prefaciada por um dos mais conceituados escritores espíritas de nosso tempo, Eurípedes Kuhl. Simultaneamente, no livro, é prestada uma homenagem a um ser especial, retornando à verdadeira pátria, ostentando 100 anos de profícua existência. Alguém que foi uma pessoa extremamente agradável, portadora de uma simplicidade própria dos sábios, além de muito alegre, sorridente e afável. Nos momentos inesquecíveis de bate‑papo, revelava‑se portador de assaz erudição. Homenagem sincera ao insigne cientista espírita Dr. Jorge Andréa dos Santos.
Foi sua experiência em anos de medicina pediátrica que o inspirou a escrever esta obra? Por quê?
Ainda estudante de medicina, fui chamado, acompanhado do obstetra, a realizar um fácil trabalho de parto em uma mulher multípara (deu à luz duas ou mais vezes). Ao examinar o recém‑nato, verifiquei que não apresentava os globos oculares. Ao mesmo tempo, fui incumbido de realizar outro parto, de imediato. Pois bem, outra criança surgia perfeitamente normal. Dois filhos de Deus vindo ao mundo, no mesmo instante. Um deles, apresentando desarmonia, enquanto o outro se revelava íntegro. Na época, sendo profitente de crença dogmática, onde se prega que o ser espiritual é criado concomitante ao corpo somático, foi muito difícil para mim aceitar o fato de haver injustiça na criação divina. A teoria na prática é outra coisa. Não admitia de forma alguma, sob o ponto de vista espiritual, o que tinha acontecido. Só adquiri a paz interior, através do conhecimento da reencarnação, o qual foi recebido, com muita emoção, através de um programa radiofônico espírita, “Luz na Penumbra”, pelos 1400 AM da Rádio Rio de Janeiro. Agora, retribuo, da mesma forma, procurando atestar que a reencarnação concilia e explica as leis de Justiça e Equidade, ressaltando, em sua certeza, um determinismo divino providencial. Realmente, a reencarnação é “questão de lógica”.
Em Reencarnação – questão de lógica, você afirma que “inquestionavelmente, a doutrina da reencarnação está contida nos textos bíblicos”. Onde especificamente está mencionada a reencarnação, na Bíblia?
Exatamente, abordo o tema “Reencarnação na Bíblia”, no Capítulo 18 da obra, utilizando 22 páginas. Deixo aos leitores a oportunidade de destrinchar todo o conteúdo do assunto “in loco”. Nunca se deve contar o final de um filme a quem ainda vai assisti-lo. É preferível deixá-lo curioso.
O Gnosticismo afirmava que a ressurreição deveria ser entendida de modo simbólico. Pregavam a reencarnação antes de Jesus. Há alguma evidência de que os Apóstolos maiores admitiam a reencarnação?
O Gnosticismo compreende o movimento histórico e religioso cristão que floresceu durante os séculos 2 e 3, com muita influência do neoplatonismo e dos pitagóricos, os quais aceitavam a doutrina da reencarnação, mas sem a capacidade, entendimento e o conhecimento que o espiritismo proporciona à mancheia.
Como podemos afirmar que a misericórdia divina faz parte do processo reencarnatório?
Faço minhas as palavras de Aureliano Alves Netto, ao prefaciar uma de minhas obras, dizendo: “A reencarnação é uma dádiva de misericordiosa tolerância que o Criador concede à criatura, sempre displicente no cumprimento de seus deveres e reincidente na prática de erros”. A doutrina palingenésica, ensinada por Jesus e anatematizada pelas igrejas tradicionais, reflete a justiça e misericórdia do Pai, a quem Jesus definiu, no seu evangelho, como sendo amor, o qual não punirá, de forma alguma, para todo o sempre, o fruto de Sua criação. A reencarnação é, realmente, dádiva amorosa do Criador, uma bênção oferecida a toda a criação, doutrina da lógica e do bom senso, apesar da negação sistemática dos incrédulos e da fé cega dos religiosos dogmáticos. Sem a explicação ministrada pela doutrina do “nascer de novo”, tudo se apresenta confuso, sem lógica e coerência. A reencarnação patenteia a presença excelsa da paternidade divina, extremamente amorosa, proporcionando, através de suas justas leis, o aprimoramento devido e paulatino das criaturas.
Também em Reencarnação – questão de lógica você trata sobre energia sexual. Por quê?
O afamado psicólogo Jung já dizia que a energia sexual é criativa, que move a vida, nossas vontade e desejos. A energia sexual é uma força incomensurável que não pode ser sublimada abruptamente, como aconselham radicais religiosos, tampouco ser liberada sem controle ou disciplina. Qualquer deslize nesse setor faz com que sejam vincadas, no perispírito, lesões de grande importância expiatória, principalmente nos casos em que o sexo envolve afetividade, assumindo-se compromisso de grande responsabilidade com o semelhante. Na realidade, durante o ato sexual, há um acasalamento de vibrações espirituais, como se o perispírito aderisse ao outro. Desarmonias e desequilíbrios, nesse campo energético, trazem consequências danosas ao corpo espiritual.
Existe diferença entre o impulso sexual e a energia sexual propriamente dita?
O impulso sexual está mais ligado à vontade de utilizar o sexo. É o instinto que surge, estimulando o indivíduo. Afinal, todos os encarnados são chamados ao exercício da Lei de Reprodução, excetuando os que reencarnam sujeitos a fatores expiatórios ou por missão. Já a energia sexual é pujante, vigorosa, e impulsiona o ser até para fins não sexuais.
A busca do prazer no ato sexual é fator de desequilíbrio, sob a ótica da lei de reprodução?
De maneira alguma. O prazer faz parte do plano de Deus, em nosso planeta, para que, além da ação do instinto, tenha o indivíduo mais vontade de se relacionar com seu semelhante para manter a vida na Terra, em sintonia com a lei da reprodução. As sensações agradáveis estimulam a possibilidade de haver a reprodução, como também favorecem, aliados ao amor, a continuação da união do casal de encarnados.
Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores e leitoras?
Quão importante é o livro espírita, levando luz para os corações dessa humanidade ainda cega para descortinar a felicidade que está dentro de si e não tem capacidade de perceber. Significante o esclarecimento de que Deus é AMOR e proporciona pela reencarnação a oportunidade de o ser espiritual esquecer o passado a nível consciente e vivenciar, em diversas mergulhos físicos, os mais variados biótipos psicológicos, adquirindo muitas experiências e desenvolvendo potencialidades que lhe foram concedidas pelo Criador e que se encontram à espera de sua completa exteriorização.
O homem não está deserdado na Terra. Há uma finalidade, um objetivo, para sua presença no palco da vida e sua relação com todas as moradas inteligentes do Universo.
Somos potencialmente herdeiros do Infinito, sendo nosso Deus o Supremo Arquiteto do Cosmo. Seguindo as pegadas de Jesus e tornando-nos espíritos puros, conquistaremos, em definitivo, todas as galáxias que constituem a Casa do Amado Pai.
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