DEUS POETA E A MULHER POETISA

altruismo

Progresso de leitura

Para muita gente, Maria de Magdala era mulher sem qualquer valor, pela condição de obsidiada em que se mostrava na vida pública; no entanto, ele (Jesus) via Deus naquele coração feminino ralado de sofrimento e converteu-a em mensageira da celeste ressurreição.

Emmanuel (Chico Xavier) ¹

Deus é a bênção de tudo para nós, desde o corpo que utilizamos ao ar que respiramos, o fruto com que nos alimentamos, o sol que nos aquece e a noite serena em que descansamos. Em toda criação há harmonia, equilíbrio e poesia por ordem divina. Deus é a inteligência suprema, portanto o mais competente arquiteto, jardineiro e poeta de todos os tempos.

Sabendo que Deus é amor, sejamos o caminho real para Ele através da caridade. Vivendo o altruísmo estamos em Deus e o Pai está conosco.

Portanto, desvinculemo-nos dos rituais, dogmas e tradições e vivamos a fé aliada às obras. Não basta falar em amor, é preciso acreditar nele. Não basta acreditar na caridade é preciso trabalhar por ela.

Não esperemos somente receber, pensemos em dar algo de nós em cada dia de nossa vida. O que oferecemos hoje aos nossos familiares? Um “bom-dia”, um abraço, uma palavra de incentivo?

No mundo teremos dificuldades/aflições, “mas tende bom ânimo”: quem diz é Governador dele, Jesus. Qual será nossa prova? Levantemos a cabeça, com pensamento otimista. Muitos outros passaram por estes testes, sigamos confiantes no bem (João 16:33).

A coragem se contrapõe ao medo e a fé é claridade na vida imortal.

Confiemos n’Aquele que não dorme e nos supre nas necessidades. Deus é luz de sabedoria e amor e devemos gravitar em torno do Altíssimo.

Deus, que nos fez homem e mulher, sábio e poeta do Reino, tem na mulher sua representante, poetisa da vida. Compartilhemos aqui a encantadora poesia de uma delas, Adélia Prado, Com licença poética:

Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta anunciou: – vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma
beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos – dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz
vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO é diretor da Gráfica e Editora EME

¹ Religião dos Espíritos (FEB)