Quero deixar bem claro, antes de registrar a minha opinião sobre o jeito de escrever e a obra do pesquisador José Lázaro Boberg: não sou crítica literária. É apenas uma opinião pessoal que pode ou não merecer registro nesta conceituada gazeta digital.
Seguinte: o escritor paranaense tem um estilo diferente. Ou, como diriam os jovens de minha idade, uma “sacada” que mexe com os neurônios do leitor que não gosta de raciocinar.
“Sagrado e inquestionável”
Imagine você alguém dizer para todo o mundo que Judas não traiu Jesus. E que Maria Madalena nunca foi uma prostituta – mas uma discípula que melhor assimilou os ensinamentos do mestre nazareno – como tratam os documentos canônicos atribuídos a alguns dos discípulos de Jesus (para maiores detalhes, vide box ao final deste texto).
Não é uma doideira? Pois foi exatamente isso que o pesquisador foi buscar nos ditos evangelhos perdidos, que a Igreja Católica Apostólica Romana tem como escritos heréticos de gente que não soube respeitar o que é tido como “sagrado e inquestionável”.
Como estudioso da doutrina dos espíritos, o pesquisador de Jacarezinho (PR) bate de frente com o que pensam outros estudiosos espíritas que se apegaram à Bíblia Sagrada para traduzir o que lá está inserido como Velho e Novo Testamentos.
Boberg desmistifica palavras e pensamentos atribuídos a Jesus, e desfaz mitos cristãos que muitas obras espíritas psicografadas corroboram com o que foi ou não escrito pelos discípulos do mestre nazareno.
Sem a muleta da ciência
As pesquisas elaboradas pelo escritor brasileiro colocam suas obras no mesmo patamar de qualidade e seriedade de estudiosos internacionais como Bart D. Ehrman.
O espiritismo, como religião, segundo o modo de pensar do polêmico escritor paranaense, continua puxando de uma perna sem a muleta da ciência. Como diria o lúcido filósofo espírita paulistano, José Herculano Pires, em se tratando de espiritismo, a fé não é suficiente para conhecer sua essência mais profunda; tem que saber o que é verdadeiro ou falso em tudo que é ensinado nas casas espíritas.
Novinha
Com apenas 20 anos de idade, já sei disso. Daí a minha busca por obras que não engessem meu livre pensar e acabem transformando-me numa espírita mística-cristã, aprisionada ao dogmatismo religioso que influencia condutas e comportamentos dentro do movimento espírita.
Mais de 120 mil livros vendidos
Com o selo de qualidade da Editora EME (Capivari, SP), o talento inegável de José Lázaro Boberg permite que seus livros sempre apareçam nas Feiras de Livros realizadas em todo o País para compensar a ausência deles em casas espíritas que não vendem obras sem a recomendação doutrinária das Federativas Estaduais.
E a crítica espírita especializada, como analisa as polêmicas obras de Boberg? Até agora não li nenhum crítica negativa. Parece que até aos críticos intransigentes o professor Boberg convence com o seu trabalho investigativo, cuja pesquisa vai fundo na busca da verdade sem sofismas.
Recomendo que você leitor (a) mate a sua curiosidade e adquira os livros de José Lázaro Boberg. No começo, você vai estranhar o que ele faz com o que é “sagrado”.
PATRÍCIA SOBRAL é estudante universitária e mora em Vila Velha (ES)
Texto publicado originalmente na revista Kardec Ponto Com, edição de janeiro/2019
José Lázaro Boberg fala sobre as pesquisas que fez para “Maria Madalena”:
Para o desenvolvimento de O evangelho de Maria Madalena, utilizamo-nos de vídeos, documentários pela internet, pesquisas em várias obras que se referem a ela. Obviamente, que diante de inúmeras pesquisas, acrescentamos interpretações pessoais.
Primeiro, assistimos o Documentário do Discovery Channel – à disposição do leitor no youtube –, mostrando o ponto de vista e as provas arqueológicas dos maiores teólogos, estudiosos, peritos e PhDs que existem na atualidade.
Neste documentário, eles abordam tema de muitas controvérsias e poucas certezas, sobre Jesus e Maria Madalena, indagando ser ela a mãe do Cristianismo, e mostrando a relação próxima, íntima e privilegiada com Jesus.
Seria verdade que ela foi companheira íntima de Jesus? Que eles mantiveram relações sexuais? Que tiveram filhos? Seria verdade que ela foi uma prostituta e arrependeu-se depois de ter contato com a mensagem de Jesus? Que quase foi apedrejada por suas atividades sexuais ilícitas?
Essas e muitas informações são abordadas pelos PHDs, nesta pesquisa.
Os pesquisadores envolvidos
Dentre esses historiadores, todos PhDs, destacamos Bart D. Ehrman – um dos maiores especialistas em estudos bíblicos e origens do Cristianismo – Chefe do Departamento de Estudos Religiosos da University of North Carolina, Chapel Hill, autor de várias obras, entre elas, o livro Pedro, Paulo e Maria Madalena, obra que nos serviu de roteiro no desenvolvimento deste trabalho; Elaine PAGEL, titular da cátedra de religião Harrington Spear Paine, na Universidade de Princepton, uma das mais respeitadas estudiosas do início do Cristianismo. É autora, entre outras obras, de Os Evangelhos gnósticos; Juan Arias, da Universidade de Roma, também autor de várias obras, entre elas, Maria Madalena – o último tabu do Cristianismo.
Outros autores, de igual porte, com suas titulações, são citados no rodapé, no decorrer da obra.
Madalena em dois tempos
Para melhor didática, dividimos o estudo sobre o Evangelho de Madalena, em duas partes: O que dizem sobre ela os outros Evangelhos? E o estudo do Evangelho de Maria – Miryam de Mágdala, propriamente dito.
Na primeira parte, o objetivo é trazer à reflexão o que os Evangelhos canônicos, incluindo aí os gnósticos, escrevem sobre ela. Para esse fim, dividimos o estudo em 15 capítulos, conforme relacionados no sumário desta obra.
Na segunda parte, comentamos o Evangelho de Maria Madalena, trazendo, inicialmente a história sobre a publicação dessa obra que, embora descoberta em 1896, só veio a lume em 1955. Em seguida – veja também o sumário, em sua 2.ª parte – analisamos a estrutura do documento que, para efeito didático, está dividido em subdivisões iguais.
Madalena em três subdivisões
Na primeira subdivisão, a “despedida de Jesus”, quando o tema central é a preocupação dos discípulos com dois assuntos: “a natureza” deste mundo e “o pecado”.
Na segunda subdivisão, o assunto é sobre a “Revelação a Maria Madalena”.
Na terceira subdivisão, é tratada da “Reação masculina à revelação de Maria Madalena”.
Veja que na pesquisa você tem a liberdade de utilizar várias fontes (desde que seja citada), se assim não fosse não seria pesquisa! A bibliografia no final relaciona todas as fontes utilizadas.