TRAGÉDIA EM BRUMADINHO: O QUE DEUS PRETENDE COM ISSO?

brumadinho

Progresso de leitura

Sexta-feira, 25 de janeiro de 2019. O Brasil assistiu, estarrecido, o rompimento de uma barragem da mineradora Vale devastando a cidade e ceifando muitas vidas.

A pergunta que mais se ouve numa ocasião destas é: Por quê? Principalmente nas questões religiosas, muito se interroga sobre as prerrogativas de Deus num momento como este. Seria fácil adotar a postura muito comum nestas horas de se dizer “por que Deus quis” e pronto.

Mas a mente humana, cada vez mais ávida de respostas, não se contenta mais com algo tão superficial – e pior – uma resposta que deixa Deus numa postura masoquista – mesmo numa tragédia causada pela irresponsabilidade do homem. Afinal, já tínhamos sofrido com o rompimento de uma barragem em Mariana, na mesma Minas Gerais.

Objetivo dos flagelos

Qual então o fim com que Deus fere a humanidade por meio de flagelos destruidores? Eis o resumo do que pode ser considerada uma boa e elucidativa resposta: “Para fazê-la progredir mais depressa. (…) Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência ante a vontade de Deus. (…) Muitas vezes (os flagelos) mudam as condições de uma região. Mas o bem que deles resulta só as gerações vindouras experimentam. (…) Essas subversões são frequentemente necessárias para que mais prontamente se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos” (em O livro dos espíritos, Da lei divina ou natural).

Objetivo das mortes numa tragédia

Mas, e as milhares de mortes causadas pela tragédia? O que Deus pretende com isso? São chegados os tempos? O texto de O livro dos espíritos explica que “ninguém deixa de morrer, seja por flagelo ou causa natural (…) a única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. (…) As grandes partidas coletivas têm por objetivo transformar mais rapidamente o espírito da massa (…) a Regeneração da Humanidade. Quando insulado e individual, essa regeneração passa desapercebida e nenhuma mudança ostensiva alcança sobre o mundo. Muito outro é o efeito quando a melhora se produz sobre grandes massas (…) é o que quase sempre se nota depois dos grandes flagelos que dizimam populações. Esses flagelos destroem apenas corpos, não atingem o espírito”.

Um rumo a seguir

Em resumo, este pode ser um dos objetivos de Deus numa tragédia: um convite à transformação interior, na substituição das trevas pela luz das virtudes que nos cabe conquistar. Além, claro, de despertar a consciência daqueles que estão no Poder e que permitem que tragédias como a de Mariana se repitam em Brumadinho – e apenas três anos depois.

Nesta fase em que os homens se agitam inquietos, a Luz do Cristo mostra o rumo a seguir na busca da paz interior que todos almejamos, ao mesmo tempo em que nos ilumina o caminho de libertação que a Bondade Divina a todos reserva.

 

GEORGE DE MARCO é jornalista-redator das publicações periódicas da Editora EME