Pais: colaboradores, cocriadores, semeadores

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Progresso de leitura

O espiritismo apresenta o homem como cocriador a quem Deus confia responsabilidades à medida que seu conhecimento e moralidade se aprimoram. Ser cocriador é ser coparticipador, colaborador. É ser um integrante do Plano Divino da Criação.

Há quem julgue que somente espíritos superiores possam exercer tal função. Não é bem assim.

Aqui mesmo, encarnados na Terra, já podemos ser colaboradores do Criador através do casamento, por exemplo, pois pela maternidade e paternidade recebemos de Deus a missão de cocriar e colaborar na formação de outro ser, fornecendo um corpo para que ele possa evoluir.

Biologicamente falando é fácil ter filhos, basta a fecundação de um óvulo pelo ato sexual. Porém na questão 774 de O livro dos espíritos lemos que para o homem, há outra coisa além das necessidades físicas: a necessidade do progresso. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família estreitam os sociais: eis por que fazem parte da lei natural. Deus quis que os homens aprendessem assim, a se amar como irmãos. Assim, fazer/ter um filho é um ato de amor, por colaborar com a criação na formação de outros filhos de Deus, através da reencarnação.

Sabemos que, desta forma, além de nascermos juntos a espíritos que nos sãos queridos, também recebemos em nosso grupo familiar os adversários de outrora, que renascem ligados pelos laços do amor – e onde melhor exercitar o amor, cuja lei abraça todas as outras, do que na família? A convivência familiar só será saudável com uma renovação íntima pelo amor. Sem este processo, os inimigos seguiriam se odiando sem nenhuma oportunidade de reconciliação, por exemplo. E o lar é o ambiente para findar o ódio, não mantê-lo (ou aumentá-lo). “Pais, em especial, são semeadores nos campos das vidas dos seus filhos”, escreve Lucia Moysés em Deus confia nos pais, livro lançado pela EME.

Lucia compara os filhos com os solos da parábola evangélica do semeador, pois cada espírito “traz no coração um tipo de solo, suscetível ou não de fazer brotar as sementes que ali forem lançadas”.

Como se vê, o objetivo da educadora é chamar a atenção tanto para o ‘terreno’, quanto para o ‘semeador’, pois a família é um convite à semeadura do amor, onde todos devem assumir a postura do semeador, sem descuidar do terreno onde as sementes cairão.

Claro que todo pai e toda mãe gostaria que seus filhos se encaixassem no perfil da terra fértil, mas estamos na Terra, planeta de provas e expiações, então é mais provável termos espíritos que estejam nos perfis inferiores.

Desta forma, escreve Lucia, “alguns pais, mais que outros, terão dificuldades nas tarefas que envolvem a renovação dos sentimentos dos seus filhos. No entanto, a senda para a sua evolução espiritual exige ação enérgica e sem demora. Arrancar o mal pela raiz, substituir a terra seca pela fértil, retirar pedras existentes são formas duras, porém necessárias de colaborar nessa evolução”.

Isso porque as sementes do amor não morrem jamais. Toda e qualquer orientação que o pai e a mãe ofereceu – ou as sementes que semearam – ficará na mente dos filhos e germinará cedo ou tarde, nesta ou em outra encarnação. Porque todos nós um dia seremos terra fértil, mas isso não compete ao semeador. É por este motivo que ele não escolhe o terreno onde vai semear, pois a conquista dele está na semeadura realizada, enquanto a conquista do terreno está no fruto produzido. É este o foco que os pais devem ter. É por isso que Deus confia nos pais.

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