Pacto Áureo, 69 anos de polêmica

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Progresso de leitura

O tema “união dos espíritas” é de fundamental importância para o bom desenvolvimento e o futuro do movimento espírita. Mas, deve ser analisado com base em fundamentos espíritas e na experiência vivida na prática.

A elaboração de União dos espíritas – Para onde vamos? somente foi possível na conjuntura  atual de nossa existência e de vivência diversificada no movimento espírita.

Depois de mais cinco décadas de atuação desde as ações de mocidade, centro espírita, órgãos locais e regionais de unificação, União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, Federação Espírita Brasileira e Conselho Espírita Internacional, sentimo-nos mais confortável para a abordagem de assuntos complexos ligados ao projeto de união dos espíritas.

Há algumas dúvidas e até eventuais desvios de caminhos que podem equacionados? Afinal de contas são sempre válidas algumas indagações: o que pretendemos? para onde vamos?

O movimento requer reflexões continuadas. Quando utilizamos a expressão “movimento espírita” para se referir às ações em geral, implementadas pelas diversas instituições espíritas, pressupõe-se movimentação, estudo de situações e diálogos.

No desenrolar do texto realizamos análises que contemplam a trajetória dos primeiros tempos do cristianismo estabelecendo algumas analogias com o movimento espírita, a fundamentação em obras do Codificador Allan Kardec e em textos sobre união psicografados por Chico Xavier. Inclusive realçamos a afirmação de Kardec de que “se a iniciativa pertence aos espíritos, a elaboração é fruto do trabalho do homem” (A Gênese, cap. I, item 13).

Trazemos à tona registros históricos de livro esgotado do ex-presidente da FEB, Leopoldo Cirne, sobre vários fatos curiosos, a começar das situações por ele vividas, análogas aos contextos da atualidade.

De forma inédita analisamos item a item o histórico “Pacto Áureo”, assinado pela FEB com representantes de algumas Entidades Federativas Estaduais no ano de 1949. No contexto emerge a polêmica relacionada ao destaque dado no citado “Pacto”, ao livro Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho, deixando-se de citar as cinco Obras Básicas de Allan Kardec. É discutido o fato de que uma única citação nominal contida neste livro sobre Roustaing, e que não aparece em nenhuma obra psicográfica de Chico Xavier, poderia ser a causa para o destaque do citado livro no “Pacto Áureo” e, em consequência, gerando muitas controvérsias que se espraiam pelo movimento espírita.

Há comentários sobre a queima de originais de psicografias de Chico Xavier e a alteração do destino de suas obras que deixaram de ser quase uma exclusividade de uma editora.

Em que pese o papel histórico desempenhado pelo “Pacto Áureo”, passados quase 70 anos da assinatura do mesmo, entendemos que este deve ser reavaliado e analisado em função dos cenários do movimento espírita atual e dos seus desdobramentos, principalmente relacionados com o Conselho Federativo Nacional da FEB.

O conjunto dessas situações têm reflexos sobre o desenvolvimento das práticas de união dos espíritas.

O livro União dos espíritas – Para onde vamos? traz subsídios para muitas reflexões!

 

ANTONIO CESAR PERRI DE CARVALHO é doutor em Ciências e ex-presidente da Federação Espírita Brasileira

 

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