Progresso de leitura

Os fatos espíritas existiram desde todos os tempos e a faculdade mediúnica sempre acompanhou o homem.

Porém dois fatos marcaram a história: o de Hydesville, quando as irmãs Fox tem as primeiras manifestações na América através dos raps, e o fenômeno das mesas girantes, que assolou os EUA e a Europa.

Em dezembro de 1854, o sr. Fortier fala com entusiasmo sobre tais fenômenos, mas seu interlocutor, o professor Hippolyte-Léon Denizard Rivail, fez pouco caso do assunto.

Após 35 anos estudando o magnetismo, Rivail, ao ouvir de seu amigo sr. Carlótti o fenômeno era uma “intervenção das almas”, considerou que aquilo seria animismo (influência da alma do magnetizado). Mesmo assim, resolveu conferir pessoalmente a informação.

Em maio de 1855, o cético professor tem seus primeiros contatos com o fenômeno através da mediunidade da sra. De Plainemaison. A reunião deixaria Rivail aturdido porque, segundo escreveu mais tarde, conseguira entrever “naquelas aparentes futilidades (…) qualquer coisa de sério (…), que tomei a mim investigar a fundo”.

De fato, a partir daí, ele passou meses observando o fenômeno naquela e em outras casas da cidade, como a do casal Boudin, que tinha duas filhas, as jovens Caroline Baudin (16 anos), Julie Baudin (14 anos). Também faziam parte do grupo Ruth Japhet e Aline Carlotti, ambas com 18 anos, além da própria sra. De Plainemaison.

Em abril de 1856, portanto 11 meses após aquela primeira visita, um espírito teria escolhido Rivail para reunir e publicar os ensinamentos que ele obtinha nas mesas. Todas às terças-feiras, ele frequentava a casa dos Boudin. Suas jovens filhas psicografaram quase todas as questões que foram publicadas na primeira edição de O livro dos espíritos. As respostas que elas escreviam eram revistas, analisadas e muitas vezes comparadas com outras mensagens.

Pouco se sabe sobre elas, pois suas identidades foram mantidas em segredo por muitos anos – delas e de outros médiuns, em um total de mais de dez pessoas. Sabe-se que a mais nova, Julie, era uma médium passiva e inconsciente durante o transe psicográfico e que Ruth Japhet era sonâmbula.

Com o pseudônimo Allan Kardec, Rivail lançou O livro dos espíritos no dia 18 de abril de 1857. Na ocasião conheceu outra jovem médium, Ermance Dufaux, então com 14 anos. Ela se uniu ao grupo e colaborou na segunda edição do livro, com 1019 perguntas.

Após a conclusão de O livro dos espíritos, Kardec promoveu uma reunião em sua casa com a finalidade de agradecer as colaborações recebidas, em particular às meninas Caroline, Julie e Ruth, que deixaram de lado “os prazeres próprios da mocidade”, sacrificando “horas de estudo e afazeres domésticos” ao se prestarem “durante mais de um ano, com o máximo desinteresse material e a melhor dedicação espiritual, ao fatigante uso de seus dotes mediúnicos”.

Como a mediunidade é promissora para o futuro, 160 anos depois Francisco Cajazeiras lança pela Editora EME Vivências mediúnicas – sinopse teórica e prática, um livro que apresenta diversos temas ligados à mediunidade. Em suas páginas o leitor encontrará muitas informações imprescindíveis sobre cuidados e atitudes salutares a serem tomados no trato com a mediunidade.

“A tarefa mediúnica deve ser executada com serenidade e amor, confiança e aceitação, equilíbrio e determinação, no anonimato dos corações”, escreve o autor, lembrando que “as exigências e os requisitos se alinham” com a “capacidade de abnegação, resignação e força de trabalho” do médium.

Tal qual as médiuns de Kardec.

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