LIVRE-ARBÍTRIO E SUICÍDIO

Deus, o soberano Senhor da Vida, nos oferece por graça duas bênçãos: a da vida e a do livre-arbítrio. Somos imortais e podemos gerir nossas vidas com liberdade de escolha; somos soberanos em nosso destino. A semeadura é livre, mas nos tornamos escravos dessas escolhas, boas ou fruto de nossa ignorância e imperfeições, tudo resultando num aprendizado futuro.

As religiões divergem em muitos pontos doutrinários e religiosos com suas práticas e ritos, porém num aspecto elas são convergentes – diante do suicídio, que nunca é visto como uma solução ou alívio para as angústias humanas; ele é uma porta falsa que leva a grandes transtornos espirituais e reencarnatórios.

O corpo físico é o reflexo de nosso corpo espiritual – o perispírito –, que é o modelador do físico. Se o corpo se desorganizou, isso também se reflete em seu molde, para o futuro, que poderá determinar limitações em novo corpo físico. Portanto, as raízes que estão no espírito e no seu corpo espiritual (períspirito) vão se refletir na nova vestimenta na Terra.

Suicídio e transtorno mental

No mundo, as estatísticas apontam, segundo a Organização Mundial de Saúde, que é praticado um suicídio a cada 40 segundos, chegando a um total de 1 milhão de suicídios no ano.

De acordo com Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina: “Nem 100% de quem pensa em suicídio tem doença mental, mas 100% de quem suicida tem transtorno mental”. Outros especialistas que estudam e tratam o problema afirmam que suicídio é a causa de morte mais facilmente evitável entre todas as doenças.

No Brasil, há um suicídio a cada 45 minutos. Provocar o fim da própria vida está entre as principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e também de crianças e adolescentes.

Cinco lembretes

Apresentamos aqui cinco lembretes antissuicídio, do livro Palavras simples, verdades profundas, da escritora Rita Foelker, Editora EME:

1 – MORTE É VIDA: A vida não se acaba com a morte. A morte significa somente uma passagem para uma outra vida: a espiritual.

2 – PROBLEMAS: Os problemas não se acabam com a morte. Eles são provas ou expiações, que nos possibilitam a evolução espiritual, quando os enfrentamos com coragem e serenidade. Quem se suicida está somente adiando a solução de seus problemas.

3 – SOFRIMENTO: O sofrimento não se acaba com a morte. O suicídio só faz aumentar o sofrimento. Os espíritos de suicidas descrevem as dores terríveis que tiveram de sofrer ao adentrar o Mundo Espiritual, devido ao rompimento abrupto dos liames entre o espírito e o corpo. Além disso, há o remorso por ter transgredido gravemente a lei de Deus, perante a qual suicidar-se equivale a cometer um assassinato.

4 – CULPA E REMORSO: A morte não apaga nossas faltas (culpas). A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossa consciência até que as reparemos.

5 – A doutrina espírita propicia esperança e consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportarmos as provas do presente.

Portanto, com dores, provas e expiações todos têm oportunidade de recomeçar em nova reencarnação, por bênção de Deus.

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA e editor da Editora EME