OS FILÓSOFOS REENCARNACIONISTAS E JESUS

Filosofo-Jesus

Progresso de leitura

 

Alguns acreditam que a reencarnação é uma ideia que prepondera tão somente na religiosidade oriental, mas ela também foi largamente propagada na esfera ocidental.

Extraído de texto publicado no site InfoEscola

 

Os discípulos de Pitágoras (pensador grego, além de exímio matemático e astrônomo, com significativas contribuições para a música) foram influenciados pela doutrina da reencarnação. E, por sua vez, inspiraram Sócrates e seu discípulo Platão.

Sócrates e Platão defendiam igualmente que a alma, depois da morte do  corpo, voltava à vida espiritual. Após ter se demorado lá (no caso, no Hades, o submundo da mitologia grega) pelo tempo necessário, era trazida de volta a esta vida (carnal) por numerosos e longos períodos reencarnatórios.

Dessa forma, Sócrates, o filósofo reencarnacionista, que acredita em um Deus único, na imortalidade da alma e em um gênio guardião, aceitou a condenação e não temeu a morte, porque acreditava nas suas ideias e na vida imortal.

Novo rumo

Sócrates deu novo rumo à compreensão da ideia de felicidade, postulando que ela não se relaciona apenas à satisfação dos desejos e necessidades do corpo, pois, para ele, o homem não era só o corpo, mas, principalmente, a alma. Assim, a felicidade era o bem da alma, que só poderia ser atingida por meio de uma conduta virtuosa e justa.

Para Sócrates, sofrer uma injustiça era melhor do que praticá-la e, por isso, certo de estar sendo justo, não se intimidou nem diante da condenação à morte por um tribunal ateniense.

Demócrito (460-370 a.C.) foi um filósofo grego do período pré-socrático e da escola atomista, que julgava que todos os elementos do universo eram compostos de átomos. Ele defendeu essa ideia socrática: “Se você sofreu alguma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la”.

O filósofo e o Mestre

O filósofo Sócrates, como Jesus Cristo, apenas defendeu seus pensamentos verbalmente, não deixando nada escrito. Seus ideais foram disseminados por seus discípulos. Ambos aceitaram pacificamente a sua condenação injusta e o sacrifício pelas suas verdades.

Jesus, que era mestre, usou da técnica da maiêutica socrática (que consiste na arte de conduzir alguém a produzir o próprio conhecimento por meio de perguntas) quando conversa com um doutor da lei:

“E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: ‘Mestre, que farei para herdar a vida eterna?’; e ele lhe disse: ‘Que está escrito na lei? Como lês?’. E, respondendo ele, disse: ‘Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo’. E disse-lhe: ‘Respondeste bem; faze isso, e viverás’. Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: ‘E quem é o meu próximo?’” (Lucas 10:25-29). O mestre Jesus conta então a parábola (que muitos conhecem) do samaritano.

E conclui, levando o doutor a fazer o parto do conhecimento espiritual: “’Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?’. E ele disse: ‘O que usou de misericórdia para com ele’.

Disse, pois, Jesus: ‘Vai, e faze da mesma maneira’” (Lucas 10:36,37).

 

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO, diretor da Editora EME