Uma nova e reveladora visão do Êxodo

moises

Progresso de leitura

Merneptah ou Merneftá, cujo nome significa “Amado de Ptah”, foi o quarto faraó da 19ª dinastia egípcia do Império Novo e, segundo o egiptólogo alemão Jürgen von Beckerath, governou entre 1213 e 1203 a.C.

Décimo terceiro filho do faraó Ramsés II com a rainha Isitnefert, uma das suas esposas, Merneftá acabou tornando-se rei provavelmente aos 60 anos – e graças às mortes prematuras dos irmãos mais velhos.

Seu reinado foi curto, durou somente 10 anos. Em seu templo funerário, escondido no túmulo de Amen-hotep II, há uma estrela comemorativa enaltecendo suas vitórias sobre os Líbios e as cidades da Palestina, bem como uma referência ao nome “Israel”, naquela que é a mais antiga menção não bíblica a este nome – que, para os especialistas no assunto, deve ser entendido em referência a uma tribo e não a um país.

É em parte por causa disto que se divulgou a ideia de que Merneftá seria o “faraó do Êxodo”.

Se você que está lendo estas linhas assistiu a qualquer versão de Os Dez Mandamentos (filme, novela, musical, peça de teatro ou mesmo desenho animado) deve estar se perguntando: mas o “faraó do Êxodo” não foi Ramsés?

Acontece que no Antigo Testamento, mais exatamente em Êxodo, capítulo 1:8-11, está escrito que os hebreus “edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés”. Por causa disso, Hollywood adotou Ramsés II como o faraó do êxodo. Além disso, calcula-se que o êxodo tenha ocorrido em 1447 A.C. (967 + 480). Ramessés II começou a reinar em cerca de 1290 a.C., portanto não poderia ser o faraó do êxodo.

Mas não são apenas os pesquisadores que afirmam isso. O conde John Wilmot Rochester, também. E não sem motivo, como veremos mais adiante.

Em seu livro O Faraó Merneftá, romance mediúnico ditado por ele à médium russa Vera Kryzhanovskaia, Rochester conta a vida de Moisés sob a visão de três personagens, todos ligados à Merneftá: Thermutis, a irmã; Pinehas, um mago do reino e Necho, soldado do faraó.

Através destas narrativas, vamos nos deparar com um Moisés totalmente diferente do que nos é apresentado na Bíblia, além de pessoas e passagens muito divergentes das mostradas naquela obra.

Na Bíblia, a história de Moisés começa a ser contada no capítulo 2 do livro de Êxodo. Ele nasceu quando os hebreus foram escravizados no Egito. Colocado em um cesto para escapar à morte prometida pelo faraó a todas as crianças de sexo masculino do povo hebreu, ele foi acolhido pela filha deste último e ganhou o nome “Moisés” porque das águas havia sido tirado.

Segundo Rochester, porém, a história é (bem) outra.

Além de não ser filha do faraó, a princesa Thermutis seria, na verdade, irmã dele.  E Moisés não foi filho de Joquebede, mas fruto de um amor proibido entre Thermutis e um hebreu escravo, assassinado por Merneftá. Quando viu que estava grávida, a princesa isolou-se para ter o filho, e, quando este nasceu, ela foi obrigada a colocá-lo num cestinho e deixá-lo no rio Nilo. O ‘encontro’ e a ‘adoção’ teria sido uma encenação para enganar o faraó.

A segunda narrativa é feita por um jovem egípcio, Pinehas. Mago iniciado por Enoch, um hebreu amigo de sua mãe, em um templo onde estudou os mistérios egípcios, Pinehas conta a vide dele próprio e as intersecções que esta teve com a vida do profeta Moisés.

A bem da verdade é justamente a história de Pinehas que O Faraó Merneftá conta. Ele se apaixona por uma nobre egípcia, Smaragda, e durante toda a obra vemos que ela o despreza, e que, por isso, ele vai ultrapassar todos os limites, seu amor-próprio, seus conceitos morais e até mesmo seu respeito pela vida e pela morte.

Aliás, Pinehas sequer respeita Moisés, a quem descreve como um impostor, porquanto usava as forças da natureza que o profeta teria aprendido a dominar na Índia, para atemorizar a massa egípcia e forçar o faraó a libertar os hebreus. Pinehas conta também que as pragas egípcias eram todas magias feitas por Moisés, que, em verdade, sonhava ser rei do povo hebreu. Sem poupar adjetivos, Pinehas nos apresenta um Moisés ambicioso, interesseiro, manipulador, vingativo e egocêntrico. Uma pessoa extremamente obstinada e magnética, que não hesitava em ferir alguém para cumprir seu plano.

A última narrativa é feita por Necho, soldado do faraó. Amigo de iniciação de Pinehas, Necho é o único que apresenta uma visão totalmente egípcia, contando com detalhes como o povo egípcio sofreu com as pragas (descritas por Pinehas como meras manipulações das leis naturais). Necho conta toda a saga de resistência do faraó contra os ataques de Moisés, até a chegada ao Mar Vermelho e a tentativa frustrada de atravessá-lo com grande parte do exército egípcio.

O Faraó Merneftá fala da libertação do povo judeu do domínio secular dos egípcios, mostra o emprego da mediunidade, do magnetismo e das forças da natureza além de atualizar os primórdios da implantação da primeira revelação de Deus, conforme corroborado no capítulo 1 de O evangelho segundo o espiritismo. Ali, Kardec ressalta que para “imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina”, recolocando os chamados ’Dez Mandamentos’ em outro patamar – o de ‘leis moisaicas’, de “caráter essencialmente transitório”. Atualmente, alguns pesquisadores também acreditam que os tradutores da Bíblia se equivocaram (talvez de propósito) e utilizaram a expressão “mandamento” no lugar de “palavra”, aqui utilizada no sentido de orientar. Ou seja, Moisés teria recebido Dez Orientações de Deus. Outros estudiosos afirmam também que a tradução do original em hebraico está mais para “exercício” do que “mandar”. Assim, Moisés teria recebido os Dez Exercícios de Deus para a humanidade desenvolver seu conhecimento, se conscientizar, pois é na consciência que a Lei de Deus está em nós, conforme a questão 621 de O livro dos espíritos.

Mas estas considerações não estão no livro de Rochester. Suas afirmações ali são muito mais pessoais – e não por acaso, como afirmamos acima. Afinal, o autor espiritual é o próprio faraó Merneftá que, entre tantas revelações interessantes em uma narrativa de encher os olhos, confidencia que não conseguiu prender Moisés porque este usava seu magnetismo para provocar os mais diversos fenômenos físicos e, assim, era temido por todo o povo egípcio, inclusive seus soldados.

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