ENTREVISTA – RICARDO ORESTES FORNI

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Progresso de leitura

O que o motivou a escrever Herdeiros da imortalidade?

Com os meus atuais setenta anos e desde 1972 “navegando” pelos ensinamentos da doutrina espírita, aprendi a encontrar na Natureza um livro aberto escrito por Deus acessível a todos aqueles que “têm olhos de ver e ouvidos de ouvir”. Dessa maneira, aproveito sempre observações que os dias nos trazem, tanto na leitura de obras de autores consagrados, quer encarnados como desencarnados, o que me inspira às reflexões que abordamos nas páginas desse livro. Procuro sempre que possível introduzir pequenas histórias que abrem caminho para reflexões mais profundas assessoradas pelos espíritos que estão no corpo físico e aqueles que já deixaram seu veículo de carne. O livro Herdeiros da imortalidade é de fácil e agradável leitura, percorrendo assuntos variados, mas sempre dentro das orientações de Allan Kardec.

Faça uma resenha do livro: o que os leitores encontrarão nesta obra?

Volto a reforçar seu conteúdo agradável e fácil, por mais suspeito que isso possa parecer, porque entendo que a doutrina espírita veio exatamente para os mais necessitados da alma como nos alertou Jesus. Se compusermos uma obra com conteúdo de difícil compreensão, criaremos um obstáculo para que os ensinamentos espíritas atinjam, sem nenhuma intenção de proselitismo, o maior número de pessoas possível. Obviamente que tendo também caráter científico a nossa doutrina, ela comporta os ensinamentos mais aprofundados através dos confrades cientificamente preparados para tal mister, o que não é o nosso caso. Digamos que, servimos o “arroz com feijão” em nosso livro e com muita boa vontade queremos dividir com todos.

Seria correto afirmar que somos um acúmulo das várias personalidades que tivemos em vidas passadas?

Como nos ensinam os espíritos superiores, somos herdeiros de nós mesmos. Não utilizaria a palavra “acúmulo” por nos parecer que ela lembra algo que está relegado a um plano sem importância, que já não tem mais utilidade, mas somos a somatória do “eu” que vai se aprimorando a cada reencarnação para cumprirmos a vontade de Deus que é de alcançarmos a perfeição possível de ser atingida.

Podemos dizer que o “inferno” é tão somente um estado de consciência, que carregamos conosco pelas reencarnações até que nosso débito seja quitado?

O inferno é uma criação do homem, jamais uma criação de Deus, que é amor segundo a definição de João. O estado de consciência endividada gera a intranquilidade interior que suplica à Misericórdia Divina novas e repetidas oportunidades para pacificar-se, o que nos é concedido incansavelmente pelo nosso Pai. Por isso, quem possui as chaves da porta desse inferno interior somos nós mesmos. Se quisermos dele sair será necessário amar e amar até doer como nos ensinou Madre Teresa de Calcutá.

O que dizer do argumento de que a reencarnação desestimula as ações de renovação no presente, pois sempre teremos outra oportunidade?

Quem não quer ser plenamente feliz e viver na mais completa paz o mais rápido possível? Adiar as oportunidades para conquistá-las é retardar a posse dessa felicidade que tanto buscamos e da mesma paz que tanto almejamos. Quando os objetivos da reencarnação forem plenamente compreendidos, ela será o acelerador para nossas conquistas e jamais o freio.

Como conciliar a reencarnação compulsória e o livre-arbítrio?

Ainda somos crianças espiritualmente falando. E crianças que ainda mal engatinham em busca da perfeição. O que faz os pais terrestres quando a criancinha começa a engatinhar e tem a curiosidade de colocar um dos dedinhos em uma tomada de energia elétrica? Impede-as, evidentemente! O mesmo faz conosco a reencarnação quando atinge a necessidade de ser compulsória. É o Pai cuidando do filho muito pequeno para que ele não continue a colocar o seu livre-arbítrio na “tomada” dos erros que o mergulham em sofrimentos que se prolongam e que Deus não quer porque nos ama com extremado amor!

Se, através da reencarnação, somos Herdeiros da imortalidade, que vantagem tiram as religiões que reprimem o conceito da reencarnação?

Só tirariam vantagem se o orgulho e a vaidade traduzissem vantagens para alguém, o que sabemos que não é verdade. Se observarmos um pé de frutas, cada uma delas tem o seu amadurecimento em tempos diferentes. Cuidemos e empreguemos nossos esforços para que nossos semelhantes compreendam, no tempo mais breve possível, a bênção da reencarnação. Sejamos os trabalhadores do “pomar” de Jesus para que a Terra amadureça seus frutos no tempo devido, beneficiando a todos.

E que mensagem deixaria aos nossos leitores?

Agradeçamos todas as manhãs quando despertamos no corpo físico. Cada adormecer e cada despertar são uma pequena parcela do processo reencarnatório. Essa joia de incalculável valor somente saberemos avaliar quando retornarmos à dimensão espiritual da vida tendo que suplicar à Misericórdia de Deus uma nova oportunidade no corpo físico.

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(*) As respostas das entrevistas e os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, e não refletem necessariamente a opinião da Editora EME.