Progresso de leitura

Atualmente aposentada e vivendo na cidade do Rio de Janeiro, Dauny nasceu em Piquete, interior de São Paulo, no ano de 1922. Tendo mais de 60 anos de atividade mediúnica e 97 de vida, Dauny tem diversos livros publicados pela Editora EME, destacando-se os romances  Sombras no horizonte, Lágrimas no teclado e Espinhos que florescem, todos em parceria com o espírito William que, agora, nos traz Flechas do passado. É sobre este novo romance que Dauny nos fala na entrevista a seguir:

Qual a principal motivação do espírito William para escrever Flechas do passado?

Através de seus romances, William sempre deseja que a humanidade aprenda o que as histórias apresentam sobre os sentimentos de todos os personagens e para que haja a transformação do espírito. Se é um ser revoltado, que seja resignado; se tem que renunciar, que renuncie; que aprenda a perdoar; que todos os ensinamentos de Jesus sejam aplicados no decorrer de nossas vidas. É tudo isso que ele sempre ensina nos romances que escreve.

Como é o processo mediúnico de seu trabalho com William?

Quando eu começo a psicografar a primeira coisa que o espírito dita é o nome do livro. Ele escreve “Flechas do Passado” e a partir do título desenvolve o enredo, com uma porção de motivações da realidade da vida humana.

Que motivações seriam essas?

Como a gente pratica o bem, como a gente renuncia, como ficamos resignados, como perdoamos, como distribuímos o amor, os sentimentos que Jesus ensinou mostrando o que o decorrer da vida é, simplesmente, uma purificação espiritual, porque nós estamos aqui de passagem. Temos que sentir na pele aquilo que fizemos aos outros em vidas passadas. A gente lê o livro e fica se perguntando: será que eu fiz isso? E você vive a vida do personagem do romance.

Por falar nisso, durante a psicografia, você teve contato com os personagens e com o ambiente da história?

Sempre quando escrevo eu sinto o sofrimento de todos os personagens, estou dentro do coração deles todos, e vou aprendendo com a vida de cada um deles sobre a minha própria vida. Por exemplo, a Cassandra (personagem de Flechas do passado). Eu me encaixo na Cassandra, sentindo o que ela sentia – a revolta por ter recebido este nome. Então eu sinto a dor do personagem e, com isso, vou reproduzindo a história e muitas vezes eu quero mudar alguma coisa, mas o espírito diz “não! Escreva o que estou lhe descrevendo”.

A senhora nos contou que em todos os seus romances sempre tem algum ‘cenário’ de sua própria vida. Qual seria ele em Flechas do passado?

Eu sempre desejei ser enfermeira e nunca consegui, não dava para estudar enfermagem, então eu fui ser professora. Um dia um senhor disse para mim “você vai ser enfermeira dentro de casa” e eu levei a vida toda olhando por minha mãe e por uma irmãzinha excepcional até o fim da vida delas. Eu fui enfermeira delas! Em Flechas do passado eu recebi muita lição a respeito do sentimento das pessoas através da dedicação de um médico que, sofrendo a dor dele, nunca abandonou seus clientes com suas dores. Essa é uma grande lição: você pode estar sofrendo, mas tem outro que sofre muito mais do que você.

Qual o principal foco doutrinário deste seu novo livro?

A chamada lei do retorno. Se a humanidade pensasse na reencarnação, o mundo se consertaria, porque tudo que fazemos de errado nesta vida, nosso espírito vai retornar em outro corpo para pagar. Se uma pessoa roubou demais, pode voltar pedindo esmolas, ou com dificuldades financeiras, para sentir na pele, porque só sentindo na pele, na própria pele, a dor, é que conseguimos avaliar o sofrimento de nosso irmão. Quando Jesus exortou que amássemos o próximo como a nós mesmos, foi para aprendermos a não fazer mal nenhum a ninguém, porque tudo vai retornar para si. Se não foi nesta vida, será em outra vida. “Por que estou sofrendo isso tudo? Sou tão boa, ajudo tanto…”. Você está ajudando neste momento, mas no passado você fez o contrário, você tirou, então agora você tem dor – seja a dor do amor, ou outro tipo de sofrimento. Eu, por exemplo, em 1975 tive um sonho em que alguém dizia para mim: “Caminharás sozinha até o fim”. E é o que está me acontecendo, eu caminho sozinha até o fim: da família não tem mais ninguém, somente eu. Sou a última dos moicanos (risos).

Quando a senhora terminou de psicografar Espinhos que florescem William lhe informou que tinha outro romance a caminho, Flechas do passado. E agora? Ele já anunciou outro romance?

Na verdade temos mais dois romances já iniciados, mas não sei se vou continuar escrevendo, vai depender da presença de William. Se ele quiser me dar mais esta alegria, que é a de psicografar seus romances, eu escrevo. Mas os dois já tem nome, personagens… (ela não quis revelar). Só que eu preciso tirar umas férias, para poder encaixar no sofrimento destes novos personagens. Em dezembro faço 98, moro sozinha em apartamento alugado que é para não deixar inventário para a sobrinha, porque só tenho uma sobrinha, então tudo que posso abreviar para não dar trabalho para ela depois que eu morrer, eu abrevio.

Que mensagem deixaria para nossos leitores?

A mensagem que eu tenho é essa: tenham na mente os ensinamentos de Jesus. Amor, perdão… Você pode estar com o coração estraçalhado, mas nunca negue auxílio a ninguém, porque abaixo do seu sofrimento, tem outros que sofrem muito mais – e eles estão com as mãos estendidas esperando a sua para ampará-los.

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