ENTREVISTA – ANA PAULA VECCHI

ana paula vecchi

Progresso de leitura

Médica, reumatologista pediátrica e Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da USP-SP, ANA PAULA VECCHI é conferencista, escritora e membro atuante da Associação Médica Espírita do Estado de Goiás e do Brasil, onde é atual coordenadora do Departamento de Família. Desenvolveu a mediunidade dentro da casa espírita, a serviço dos necessitados. Na entrevista a seguir, Ana Paula fala sobre Das coisas que ouvi e senti de Jesus, seu novo romance assinado pelo espírito Natanael. Confira:
Como conheceu o espiritismo?

Minha mãe se considerava espírita e me ensinou sobre o mundos dos espíritos e a reencarnação, com quinze anos peguei O Livro dos espíritos e li com tanto entusiasmo, como se algo novo mas profundamente conhecido estivesse em minhas mãos, acho que me tornei espírita naquele momento, pois nunca mais parei de ler e estudar a doutrina. Mas só pude frequentar uma casa espírita através dos cursos sistematizados em 1996.

Qual a importância do espiritismo em sua vida?

O espiritismo é minha água, meu pão, minha luz, que me orienta, conforta e alimenta.

Quando e como surgiu em sua vida o interesse pelas relações entre medicina e espiritualidade?

Pergunta difícil de responder.  Desde os quatro anos eu dizia que queria ser médica de crianças, entrei na Faculdade de Medicina aos 16. Nessa mesma época, aos 15 anos, li pela primeira vez O Livro dos Espíritos e fiquei maravilhada, porque ali estavam as respostas que preenchiam a minha alma inquieta. O segundo livro que li foi “Nosso Lar” e toda a sequência dos livros do André Luiz, então durante toda a faculdade estive “acompanhada” por André Luiz literalmente! Terminei o ultimo livro dele no primeiro ano de residência e desde então tenho estudado-o repetidamente e todos os dias descubro algo novo em suas obras e ratifico como esse autor antecipou os conhecimentos médicos, como por exemplo, a ação do micro-RNA no genoma, ligando e desligando genes, ou seja a ação de elementos do citoplasma (que é onde o espirito se conecta ao corpo) no núcleo, moldando a manifestação gênica. Ele cita isso com outras palavras em Evolução em Dois Mundos: “…para asseverar que a inteligência, influenciando o citoplasma, que é, no fundo, o elemento intersticial de vinculação das forças fisiopsicossomáticas, obriga as células ao trabalho de que necessita para expressar-se…” (pag 45, capitulo 5, automatismo celular). E em 1997, quando cursava minha residência de pediatria no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, me deparei com um cartaz do MEDNESP, com a foto da dra Marlene e me emocionei, pois via naquele movimento a concretização de algo que sempre havia sonhado. Desde então, passei a assistir as conferências dela, a estudar o tema, mas foi em Goiânia, a partir do convite do Dr Jorge Daher que passei a frequentar a AME e a contribuir com ela.

Qual a principal motivação para escrever Das coisas que ouvi e senti de Jesus?

Os livros psicografados que chegam ate mim, através da minha mediunidade, vem de forma espontânea, natural, no momento do trabalho mediúnico na casa espirita, então só depois que o texto continua que percebo que é um novo livro.

Teve alguma surpresa ou dificuldade para realizar o livro? Quais?

Eu tive certa dificuldade porque vinham as imagens e os sentimentos mas parecia que me faltavam algumas palavras, acredito que por causa da língua e costumes da época e pela evolução espiritual do autor. Um capítulo me impressionou fortemente, o do Lázaro, a imagem dos dois com os pés nas águas do riacho enquanto conversavam; mas também as tardes em que a menina Suzana passava com Jesus e quando Natanael socorre um… não posso falar, né?

O que o espírito Natanael deseja transmitir aos leitores com esta obra?

Natanael deixa claro no prefacio que sua intenção é trazer novamente a atmosfera de Jesus, o cristianismo primitivo para nossas almas “possam voar, ainda que brevemente, nos tempos idos de Genezaré”. Ele conta seis histórias de pessoas que seguiram Jesus, mas na segunda parte  ele conta algumas histórias de amigos que fez durante a eternidade do tempo, que mesmo conhecendo Jesus ou ouvindo sobre Ele, aproximaram-se à princípio, mas deixaram para depois, por temor, por apego, por distração.

A irmã Eulália no posfácio deixa claro:

“Estas pequenas histórias falam de nós para nós. Falam do homem velho, apegado a velhos hábitos e do homem novo que poderemos ser ao ouvir e sentir Jesus”.

Poderia nos dizer algo sobre o espírito Natanael?

Natanael foi discípulo de Jesus e tem seu nome em algumas passagens da bíblia, espirito de alta envergadura e o vejo sempre com uma barba comprida e branca, olhos arredondados e encovados envoltos em muita luz. Tive alguma resistência para entender porque estaria eu a ser a interprete de passagens tão lindas e comoventes, ao mesmo tempo senti medo de não estar preparada, mas no decorrer da obra fica clara a relação dele com a irmã Eulália, minha mentora, eles foram casados na época de Jesus, com certeza a relação de afinidade e parceria que temos facilitou o processo.

Durante a psicografia, você teve contato com os personagens e com o ambiente da história?

Sim sempre tenho, entro na atmosfera psíquica do ambiente, do personagem e suas emoções.

Você se emocionou com a história? Sabia antes de alguns acontecimentos?

Me emocionei várias vezes, pois tem muitas passagens com o Mestre, o seu cotidiano… Não me é antecipado nada, somente me deixo envolver na atmosfera psíquica do autor espiritual, que nem sempre é fácil, mas a espiritualidade tem paciência e muito carinho com nossas dificuldades.

Alguma coisa mudou na sua compreensão da vida, durante a psicografia deste livro?

Muitas, cada livro é um degrau no meu processo de autoconhecimento. A alma primeira que é tocada sou eu, e acredito que esse processo passa para o leitor se essa transformação ocorre em mim.

Muitas pessoas se referem a Jesus como somente um personagem histórico e o analisam numa conotação distante da realidade atual. O que a doutrina espírita nos diz a respeito da pessoa de Jesus e de como devemos visualizá-la na atualidade?

Jesus é o governante do planeta Terra, já era um espirito crístico há 4,5 bilhões de anos, maior expressão de amor, até hoje nossas almas sentem saudade da sua presença, porque ainda não conseguimos entender e viver a sua mensagem.

Será que não é exigir muito de nós mesmos, limitados que somos, adotar Jesus como paradigma em busca da evolução?

Acredito que por isso mesmo Natanael quis colocar 6 historias de pessoas que seguiram Jesus na primeira hora e seis espíritos que deixaram para depois. Essas pessoas somos nós. Jesus sempre será nosso modelo mas ele nunca exigiu de nós a perfeição, ao contrario, escolheu andar entre os excluídos, os desprezados, para demonstrar que todos somos chamados a seguir com ele dentro dos nossos limites, do nosso tempo, do nosso despertar. Jesus não escolheu 12 anjos para discípulos, mas 12 espíritos que também lutaram contra suas más inclinações, que erraram, mas que venceram a si mesmos, deixando para nós um rastro de luz.

Em sua opinião, Jesus está mais em evidencia nos dias de hoje do que antes? Por quê?

Com certeza, nos momentos de crise somos chamados a olhar e sentir a chama divina que há em nós, e Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

Em  Das coisas que ouvi e senti de Jesus percebemos uma excessiva curiosidade das pessoas em ver e ouvir Jesus. Como explicar isso, diante da profusão de tantos profetas naquela época?

O magnetismo de Jesus é inexplicável! Consegui sentir uma pequena parte do que foi aquela época e é uma força de dobrar os joelhos, um amor que faz você ir ao seu encontro e ficar lá, com ele. acredito que as palavras de Natanael e Eulália possam descrever melhor:

“Fecho os meus olhos neste instante e posso ainda sentir o perfume de Suas palavras, o aconchego do Seu sorriso que se eternizam em meus pensamentos e embalam o meu viver. Jesus é o grande Sol a conduzir os nossos corações! Quem tem ouvidos, que ouça. Quem tem olhos para ver, que veja. E sinta, dentro de ti, a vibração dos feitos e ditos de Jesus”.

Irmã Eulália

“A Sua presença tornava tudo mais fácil, falar de Jesus, deixar propriedades e títulos por Jesus parecia possível, mas nas encarnações subsequentes muitos de nós fomos nos esquecendo do que Ele falou, por meio de Seus gestos e atos, e tivemos de expurgar, sozinhos, as chagas provocadas por nós mesmos ao escolher viver no exílio do amor a si, exaltado de orgulho e vaidade, na ilusão de nos apoderarmos do que é passageiro”.

Natanael

 

Que mensagem deixaria para quem nos lê agora?

Meu irmão, espero que este livro traga a essência de sândalo e o amor dos olhos de Jesus, tanto quanto me embalaram. É um livro que trabalhará nossos bloqueios, nossas crenças, como um grande espelho, pois os comportamentos se repetem dentro de nós. Aceite o convite e se permita passear por alguns instantes no lago de Genesaré, nos braços de Jesus.

 

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