CHICO XAVIER E OS POETAS DE CAPIVARI

Chico-Poetas

Progresso de leitura

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do Estado de Minas Gerais, no dia 02 de abril de 1910, mesmo ano em que nasceu Madre Teresa de Calcutá, que deixou seu país e foi servir aos mais necessitados na Índia.

Chico, filho de operário pobre e inculto, João Cândido Xavier, e de uma lavadeira chamada Maria João de Deus, estudou pouco, pois teve que trabalhar muito cedo para auxiliar a família numerosa de irmãos.

Somente depois de se aposentar do trabalho profissional na Fazenda Modelo, mudou-se para Uberaba, onde viveu até os seus últimos dias no corpo físico, desencarnando em 30 de junho de 2002, com 92 anos, quando a seleção brasileira se tornou tetracampeã – era seu desejo retornar à pátria espiritual num dia de alegria do povo brasileiro.

Durante toda sua vida, Chico Xavier viveu humildemente de seu trabalho e, depois, de sua parca aposentadoria, constando que não tinha poupança e nem carro.

Amadeu Amaral

Neste ano de 2022 se completa 20 anos de seu retorno à vida espiritual, 112 anos de seu nascimento e 90 anos do lançamento do seu primeiro livro, de título Parnaso de além-túmulo, em 1932, de poetas brasileiros e alguns portugueses; neste volume constam dois poetas capivarianos, Rodrigues de Abreu e outro que assinou apenas Amadeu – no nosso entender, o Amadeu Amaral, que havia deixado a vida material dois anos antes, de título O mistério da morte:

“O mistério da morte é o mistério da vida,

Que abandona a matéria exânime e cansada;

Que traz a treva em si e abre a porta dourada

De um mundo que entre nós é a luz desconhecida.

(…)

Venho testemunhar a luz de onde regresso,

Incitando vossa alma aos planos invisíveis,

Onde vive e se expande o Espírito liberto”.

Rodrigues de Abreu

E, de Rodrigues de Abreu, os poemas “No castelo encantado” e “Vi-te Senhor!”:

“Eu não pude ver-Te, meu Senhor,

Nos bem-aventurados do mundo,

Como aquele homem humilde e crente do conto de Tolstói.

(…)

Falaste-me com a Tua linguagem do Sermão da Montanha,

Multiplicaste o pão das minhas alegrias

E abriste-me o Céu, que a Terra fechara dentro de minh’alma…

E entendi-Te, Senhor,

Nas Tuas maravilhas de beleza,

Quando Te vi na paz da Natureza,

Curando-me com a Dor.”

 

ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO, diretor da Editora EME

 

*Os poemas acima fazem parte do livro Parnaso de além-túmulo, por espíritos diversos psicografados por Francisco Cândido Xavier, Editora FEB