A MULHER NA CONCEPÇÃO ESPÍRITA

poder-feminino

Progresso de leitura

Sobre a desigualdade existente entre homens e mulheres, sabe-se que é de função, não de direitos. É Cristiane Torch que afirma no Reformador de setembro de 2011:

Perante as leis de Deus, não se justifica que o homem ostente privilégios ou falsa superioridade em relação à mulher. Deus outorgou a ambos a inteligência e a faculdade de progredir.

Entendemos que o desconhecimento ou não aceitação da lei da reencarnação, já conhecida e ratificada por muitas religiões, ofereceu oportunidade para tal procedimento.

Entretanto, estranhamente, notam-se, até mesmo entre homens espíritas, comportamentos regidos por atavismos vários: arrogância, autoritarismo, confundido com o uso da autoridade, desvinculação de seus deveres comezinhos dentro do lar e da família, efetuando cobranças demasiadas às companheiras, com a submissão dessas a todos os seus desejos.

Felizmente, ressalvamos os companheiros que procedem de maneira correta, dentro do lar e da sociedade e que colocam o Evangelho de Jesus como lema, para sua vida familiar e social. Graças a Deus, existem em maioria.

Outros ainda pretendem confirmar a inferioridade feminina, por enxergarem, apenas, o lado material do ser. Os pesquisadores da “Medicina do Gênero”, ciência nascida na década de 90, descobriram as diferenças fisiológicas existentes entre os dois sexos, além dos órgãos de reprodução e constataram que: o cérebro do homem é 15% maior do que o da mulher, em média, e 10% mais pesado. Contudo, as conexões cerebrais da mulher são mais numerosas.

Na revista VEJA, de abril de 1998, Karina Pastore e Paula Neiva publicaram um artigo deveras interessante: “A mediunidade revela a mulher de verdade”. Vejamos um trecho:

Homens e mulheres pensam, agem e sentem de modo completamente distinto. Eles e elas enxergam, fazem a digestão, sentem cheiros, respiram e transpiram de forma diferente. O coração deles bate de um jeito e o delas de outro. O pulmão, o sistema imunológico, a audição, o paladar, a pele…, diferenças que recomendam condutas específicas para cada um, tanto na prevenção como no tratamento de diversos males.

Essas diferenças físicas que influenciam o comportamento psicológico da mulher são indícios de que há um planejamento superior, a respaldar o amor feminino, considerado “uma das forças mais respeitáveis na Criação Divina”.

Pensamos que a mulher, penetrando no mercado de trabalho, tendo conquistado o direito ao voto, ascendendo às carreiras profissionais, não deve, contudo, renunciar ao seu papel de esposa, mãe, companheira, amiga e irmã.

Também não se justifica o duelo entre os sexos, pois funcionamos, na verdade, como complementos física e espiritualmente. Quando partilhamos a existência já estamos, de certa forma, comprometidos para a grande realização de um ato de amor que deve ser sacramentado na nossa união afetiva. Se houver, mais tarde, por motivos vários, uma separação, arcaremos com a responsabilidade de nossos atos. Às vezes, por falta de compreensão de ambas as partes, os laços se dissolvem na Terra, para, mais adiante, se refazerem em outras existências.

Retornando à ideia da metáfora de Adão e Eva e a criação da mulher aproveitada da costela de Adão, trazemos uma importante declaração do clérigo Pio XII, lida na Revista André Luiz, de setembro-outubro de 1966:

O que lemos nos primeiros capítulos da Bíblia é uma projeção para o passado dos elementos culturais que existem em Israel, há aproximadamente mil anos antes da Era Cristã. Naquela época, pensava-se que a Humanidade então existente, descendia de um par único e primitivo. Essa era a concepção. Sem o conhecimento da Paleontologia é natural que pensassem assim. Porém, se eles fossem escrever hoje, a Bíblia, seguramente escreveriam diferente. Na verdade, não houve, nas origens, um casal único, mas milhares de casais.

Pensamos – e isso aprendemos em nossos estudos –, que Deus nos criou simples e ignorantes, dotou-nos de livre-arbítrio e, ao encarnarmos, tomamos a forma de mulher ou de homem, pois o espírito não tem sexo, correspondendo cada corpo à sua necessidade, em funções diferentes, mas completivas, a fim de contribuirmos para a evolução de toda a Humanidade. Somos todos filhos de Deus, portanto, os sexos têm a mesma origem.

THEREZINHA RADETIC em Mulher – uma visão histórica e espiritual

https://editoraeme.com.br/estudo/359-mulher-uma-viso-historica-e-espiritual.html