O professor-intelectual e os 160 anos de seu ‘livro-alicerce’

Progresso de leitura

Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em 3 de outubro de 1804 na cidade industrial de Lyon, França. Entretanto, passados alguns meses, a família Rivail voltou para Bourg-en-Bresse, sua cidade natal, onde Denizard passou sua infância e juventude na casa de Charlotte Bochard, sua avó materna.

Em 1807, seu pai, Jean Rivail, servia ao exército de Napoleão e fazia parte do efetivo do comandante Junot, designado para invadir Portugal. Como registrado nos livros de história, dos 25 mil homens apenas 10 mil chegaram a Lisboa por conta dos obstáculos naturais e da fome. Jean não estava entre eles.

Mas Napoleão foi vencido e em 1814 a França passou a ser invadida por seus inimigos. Preocupada, Jeanne pegou seu filho e partiu para a cidade de Yverdon, na Suíça. Foi assim que Rivail passou a estudar no instituto de Pestalozzi.

A queda de Napoleão também trouxe à tona um movimento cujo objetivo era restaurar o antigo regime. Mas tal ação foi frustrada e, com a queda do último rei, surge o espiritualismo racional que, por sua vez, combatendo o materialismo e o fanatismo, abriu caminho para o surgimento do espiritismo. Apesar de ter sido em 1854 que Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das “mesas girantes”, o advento do espiritismo ficou marcado de 1857 a 1869 – período em que o professor Rivail se tornou Allan Kardec, pseudônimo que adotou para uma diferenciação em relação aos seus anteriores trabalhos pedagógicos.

O ano de 1857 marca o lançamento da primeira edição de O livro dos espíritos. Muito diferente do que conhecemos hoje, a obra continha 501 questões divididas em 24 capítulos e 3 partes. Mas foi o suficiente para causar uma revolução, colocando o espiritismo em um caminho filosófico que seria ampliado em 1860, no lançamento da segunda edição, com um ensino universal das causas primárias, as faculdades da alma, a teodiceia, a cosmologia e a psicologia racional.

Este ano, portanto, O livro dos espíritos completa 160 anos – e continua sendo um alicerce fundamental da doutrina, cujo desenvolvimento próprio viria no segundo livro, o ‘dos médiuns’.

A obra trata do mundo espiritual em si através da ciência dos espíritos. Na Revista Espírita de janeiro de 1861, Kardec explica que o segundo livro forma o complemento de O livro dos espíritos e foi “fruto de uma longa experiência e de laboriosos estudos, esclarecer todas as questões que se prendem à prática das manifestações; ele contém, segundo os espíritos, a explicação teórica dos diversos fenômenos e das condições nas quais podem se produzir; mas a parte concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi, sobretudo, de nossa parte, o objeto de uma atenção toda especial”.

O livro dos médiuns exige um estudo acurado. Ele deve ser lido e meditado. Já em sua introdução guarda preciosas lições, a começar pela definição de seu caráter, quando Kardec imprime-lhe a feição de “estudo sério e completo”, contrapondo a leviandade com que a mediunidade era (e ainda é) tratada à busca de se aprofundar neste tema tão complexo.

Por isso, é com grande felicidade que a Editora EME anuncia o lançamento de sua edição de O livro dos médiuns, com tradução própria, respeitando o original e a objetividade dos textos de Kardec, cuja produção literária (e outras atividades paralelas desenvolvidas), desafiando o cansaço e as doenças que o acometiam, nos atesta que não podemos dispensar o trabalho constante, a pesquisa e o estudo permanente, a busca da renovação espiritual e a luta pela própria transformação íntima.

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