Lá pelos idos da década de sessenta do século passado, os alunos que cursavam o antigo ginasial, ficávamos felizes quando a professora titular faltava por algum motivo e tínhamos a alegre notícia de que viria uma substituta.
Sim! Isso porque a mestra nova era mais afável com os alunos que, em realidade, não queríamos aprender, mas sim transformar aquele período na escola como mais uma oportunidade de contato social com os colegas.
A professora boazinha geralmente não dava matéria nova, não marcava as tão desagradáveis provas, não fazia chamada oral para testar nosso conhecimento, não exigia nenhum trabalho para fazer em casa. Afinal, ela era apenas uma substituta, uma professora de passagem que iria embora sem nada exigir ou exigindo muito pouco. Tudo era festa enfim!
Aprender o quê e para quê?
Nesse planeta de provas e expiações para o qual retornamos pela misericórdia de Deus, lembra-me muito aquela época do antigo ginasial. Queremos uma professora substituta que se chama facilidade, alegria, felicidade, ausência de todo e qualquer problema! Transitar pelo mundo num hotel cinco estrelas! É isso o que queremos! Aprender o quê e para quê? Festa é o que desejamos! Para que isso seja conforme nossa vontade, festejamos a professora substituta que nada ou muito pouco exige!
Vivemos numa escola da Terra comemorando a ausência de problemas! E é aí que cometemos um enorme engano…
Alvoroço na sala de aula
O Pai preocupado com o aprendizado desses filhos que preferem viver em folguedos ao invés do trabalho sério, quando a algazarra na sala de aula da vida está muito grande; quando o aprendizado está sendo comprometido; quando desejamos viver num mar de tranquilidades que nos compromete a evolução, esse Pai vigilante e zeloso dos seus filhos envia a professora substituta que se chama dor! Exatamente ao contrário do antigo ginasial!
Aí é aquele alvoroço na sala de aula do planeta Terra! A professora efetiva conhecida pelo nome de amor teve que ser substituída porque os alunos estavam abusando dela! Não estavam aprendendo! Fugiam às lições!
Então…
Lições necessárias
Não vos dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem, a cada nova existência, um novo grau de perfeição? É preciso ver o fim para apreciar os resultados.
Mais uma vez na história dos maus alunos da Humanidade, eis que se faz presente a professora substituta – dor – trazendo as lições necessárias à escola do planeta Terra!
Dessa vez ela se chama coronavírus! Você acha que ela ensinará algo aos alunos que viviam em algazarra como se a escola fosse um parque de diversões?
RICARDO ORESTES FORNI é médico e autor de diversos livros publicados pela Editora EME