O Senhor corrige a ferida, com o bálsamo; a dor, com o sedativo; a doença, com o remédio; a sombra, com a luz.
Bezerra de Menezes/Chico Xavier¹
Estava eu em casa quando o celular tocou.
Era uma senhora que tinha sido atendida por mim quando do tratamento de seu filho em dependência química, residindo agora em uma estância balneária. “Arnaldo, você que é espírita, explique para mim por que esse sofrimento do meu cunhado? Ele já estava debilitado com a doença de Alzheimer e, agora, em coma, com idade avançada e por meses no hospital”.
O que refletir para nosso crescimento e de nossa amiga, que depositou confiança em nós, ligando aflita porque todos estavam cansados, inclusive o paciente?
As três dores
O sofrimento é o instrumento de muitas utilidades para nosso crescimento espiritual. Paciência, resignação, submissão, tolerância, acima de tudo para desenvolver o amor por aqueles a quem Deus nos uniu.
Os espíritos dizem que existem três tipos de dores. A dor-provação, a dor-expiação e a dor-auxílio.
Lancei um livro de um professor universitário, que além das aulas na faculdade, também promovia verdadeiras aulas em suas palestras espíritas. E agora, idoso, o Alzheimer o alcançou e tornou-se dependente em tudo.
É uma doença influenciada, em parte, pela carga genética.
Fatores de risco
Conforme aponta especialista, o geriatra Ricardo Komatsu, do site Cuidados pela vida, os principais fatores de risco modificáveis da doença de Alzheimer são: hipertensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo e inatividade intelectual, depressão, tabagismo, baixa escolaridade, e alimentação quantitativa e qualitativamente insatisfatória. De acordo com um estudo de Rotterdam, a eliminação desses fatores de risco levaria a uma redução de 30% na incidência de demência. Já é um bom prognóstico.
Para obter isso, é importante que se adotem hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, dieta balanceada, manter-se social e intelectualmente ativo e ter o sono bem regulado.
A redenção pelas enfermidades
Finalizando a resposta para nossa amiga, vamos citar o governador de uma estância e escola espiritual, “Mansão da Paz”, de nome Druso. Advogado quando da sua última encarnação, explica ele quanto à dor-auxílio: “Em muitas ocasiões, no decurso da luta humana, nossa alma adquire compromissos vultosos nesse ou naquele sentido. É assim que, pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais frequentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte”.
E conclui que devemos agradecer a redenção através das enfermidades:
“O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na Vida Espiritual”.
ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO, diretor da Editora EME
¹ Brilhe vossa luz – IDE Editora