Com o conhecimento espiritual aprendi que sou mais filho do meu passado do que dos meus pais, e que sou o pai do meu futuro.
Rodrigues de Camargo, Agenda Todo Dia 2021 – Editora EME
Convivendo com o professor Henrique Rodrigues, com formação em psicobiofísica e atuando como parapsicólogo, escritor e conferencista no Brasil, Itália, Rússia e China, observei que todos se encantavam com suas conversas e suas palestras.
Ele afirmava em bom tom que a maioria das pessoas não é fruto do amor e sim de uma necessidade fisiológica. Como se tem necessidade de se alimentar, ir ao banheiro, dormir, também há a necessidade de se fazer sexo. E que a maioria dos filhos não foi fruto do amor, da preparação e do desejo de receber uma criança (espírito velho num corpo novo) para alegria e dedicação dos pais, mas fruto de uma necessidade instintiva e prazerosa.
Gênios e imprevisíveis
Maradona voltou para a vida espiritual e foi aclamado como herói nacional por suas qualidades futebolísticas, em seu país, e por muitos brasileiros que o admiravam.
Maradona nunca se arrependeu de nada, segundo seus amigos mais íntimos, ao contrário de muitas outras personalidades destacadas do futebol, que em algum momento da vida demonstraram arrependimento pelos excessos cometidos fora de campo: Sócrates, morto pela cirrose, admitiu ser alcoólatra; Casagrande, usuário de cocaína, se rendeu ao tratamento.
Gênios e imprevisíveis, Maradona, argentino, e o brasileiro Garrincha encantaram o mundo com seus dribles, gols, ambos campeões do mundo, o de pernas tortas duas vezes… O problema persiste, como o vício (dependência química – álcool e outras drogas), afeta os jogadores e encurta suas trajetórias…. Souberam ser a alegria do povo no campo e fora não conseguiram driblar suas compulsões.
Acreditando no post mortem e no retorno em outro corpo no futuro, o argentino declarou: “Se morrer, quero voltar a nascer e ser jogador de futebol. E quero voltar a ser Diego Armando Maradona”. Mantém o sonho de fama, sucesso e riqueza que conquistou com a genialidade dos pés e também de uma mão. Não precisou estudar horas e dias, parece que o destino lhe sorriu no campo com a bola, e desgraçou o seu instrumento, o corpo, fora dele.
O Rei e o DNA
Nos anos 1990, Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto travou um processo judicial de quase seis anos para obter o reconhecimento paterno. O pai era o rei do futebol, Pelé. Durante o processo, o ex-jogador foi obrigado a fazer teste de DNA que confirmou a paternidade, em 1996. Pelé recorreu 13 vezes, mas perdeu. (1)
A herança de Dom Diego Maradona pode ser disputada por até 11 filhos, sendo que além dos cinco reconhecidos (com quatro mulheres), outros seis (os cubanos Javielito, Lu, Johanna e Harold, e os argentinos Santiago Lara e Magalí Gil, todos com idade entre 19 e 24 anos) buscam na Justiça a paternidade do ídolo argentino, cujos bens chegariam ao valor total de R$ 2,6 bilhões, com anel de brilhantes de R$ 1,9 milhão. (2)
ARNALDO DIVO RODRIGUES DE CAMARGO é diretor da Editora EME
(1) Folha de São Paulo/Uol/esporte/14/08/2020
(2) O Globo, futebol internacional, herança de Maradona, 26/11/2020
Publicado originalmente no jornal O Correio de Capivari, edição de dezembro de 2020