Ao lançar O livro dos espíritos, Allan Kardec, como bom pedagogo, destaca logo na introdução a importância de se estudar o espiritismo, algo que concretizou em 1858 ao fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Quando o Espírito de Verdade conclamou os espíritas a se instruírem, no item 5 do capítulo 6 de O evangelho segundo o espiritismo, ele declarava ali a importância da educação como um despertar para o processo evolutivo de cada um de nós. Neste particular, forçoso é compreender que o centro espírita é, também, uma escola onde não são apenas repassados os conteúdos doutrinários, mas, principalmente, um lugar onde se façam as reflexões oportunas que o espiritismo proporciona.
Muita gente compreendeu a importância deste estudo doutrinário e passou a dedicar sua vida para levar adiante todo o conhecimento que a doutrina espírita coloca à disposição de seus adeptos.
O medo substituído pela razão
Lúcia Moysés é uma destas pessoas. Sua mãe era espírita de berço, porém cedeu aos apelos da família de seu marido e Lúcia foi levada para a igreja católica. Nascida em Cachoeiro do Itapemirim (ES), ela estudava no Liceu Muniz Freire, considerada a melhor escola pública daquela cidade. Em 1958, por ocasião da Páscoa, um sacerdote foi à escola e, para convencer a todos da importância de fazer a comunhão, pois não fazê-la era “viver em pecado”, seguiu falando sobre o dia do Juízo Final, a ressurreição dos mortos, a decisão de Deus sobre quem deveria ir para o céu ou para o inferno, etc.
Apavorada com tudo que ouvira e decidida a virar santa, a pequena Lúcia prometeu a si mesma confessar, comungar e nunca mais pecar…
Ao conversar com sua mãe, porém, o medo foi substituído pela razão. As explicações maternas apontavam para um Deus bom e misericordioso; falavam sobre uma morte que não aniquila e uma vida eterna para todos, bem como as novas oportunidades que o Criador oferece para evoluirmos espiritualmente.
Naquele momento, Lúcia desistiu de virar santa e optou por se tornar espírita.
O empenho pela mensagem
A menina cresceu e se tornou professora universitária, atuando na área específica de psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem.
Em 1994, buscando atuar de forma mais efetiva no movimento espírita, Lúcia se ofereceu para colaborar no Grupo da Fraternidade Espírita Carlos Imbassahy em Niterói (RJ). A dirigente da casa, percebendo a experiência de Lúcia como pedagoga, ofereceu-lhe uma função na equipe do Departamento de Infância e Juventude (DIJ). Meses depois, a dirigente a convidou para assumir a direção do DIJ.
No campo profissional, além de exercer o magistério no ensino superior, Lúcia realizou pesquisas e aprofundou estudos sobre psicologia educacional, com enfoque no processo de ensino e aprendizagem. Empenhada em colocar a mensagem esclarecedora da doutrina espírita ao alcance das novas gerações, transferiu esta experiência pedagógica para cursos, seminários e capacitações de educadores espíritas. Também se aproximou da educação espírita infantojuvenil a nível macro – na federativa fluminense, o Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro.
Os livros
Os resultados podem ser conferidos nos muitos livros que escreveu, sempre com aquele olhar do meio acadêmico norteando suas práticas e tendo, na doutrina espírita, a razão para levá-las adiante. Sua mais recente obra, Educação para um mundo melhor, reúne casos reais para ressaltar a importância da família e, ratificando o Espírito de Verdade, da educação em nossa jornada evolutiva.
Recentemente, a revista Conexão Literatura, publicou uma entrevista com Lúcia Moysés, onde ela fala sobre seu novo livro e seus próximos projetos. O conteúdo pode ser conferido clicando aqui.