Lá se vão mais de quinze anos de sua partida, mas os amigos de Chico Xavier não o esquecem. Desta vez é a professora de música, cantora e poetisa Therezinha Radetic que presta sua homenagem ao querido médium mineiro em mais um belo lançamento da Editora EME, Chico Xavier de encarnação a encarnação.
Homenagem quase póstuma, já que Therezinha desencarnou em 2018, alguns meses após entregar os originais. Talvez ela mesma já o pressentisse, porque inseriu algumas notas autobiográficas, recordando a infância até o engajamento completo ao movimento espírita.
Acreditamos que essa valorosa trabalhadora tenha cumprido bem sua programação terrena, na qual não incluía casamento. “Tive a minha afinidade, que não logrou êxito, embora Chico fizesse muito gosto, pois, segundo ele, já éramos conhecidos em outras encarnações”, escreve a autora. Isso talvez explique a vasta correspondência que manteve com o médium e a forma carinhosa com que este a ela se dirigia, tendo mesmo lhe enviado uma fotografia com os dizeres: “À querida Irmã Therezinha, a quem estimo e admiro muito, envio esta lembrança, pedindo-lhe um retratinho dos seus”.
Emmanuel, um capítulo à parte
Em Chico Xavier de encarnação a encarnação, Radetic reuniu depoimentos, testemunhos e informações sobre o amigo confidente. Mas os apontamentos da professora não estão restritos a ele: estendem-se aos espíritos que o assistiram ao longo da sua tarefa mediúnica, especialmente Emmanuel, seu mentor espiritual, que mereceu um capítulo à parte. As várias reencarnações do “admirável polígrafo” estão aí descritas, desde aquela vivida ao tempo de Jesus, como prelado do Imperador Tibério, até as mais recentes.
A autora reporta o que Chico confidenciara à Suzana Maia Mousinho, fundadora do Lar Espírita André Luiz (LEAL), de Petrópolis (RJ), sobre a volta de Emmanuel à carne, o que, segundo ela, já ocorreu no início deste século – fato confirmado em vários outros depoimentos.
Chico, de encarnação a encarnação
Therezinha dedicou um capítulo sobre a reencarnação de Chico à luz do conhecimento espírita. Em seguida, passa então a descrever, sucintamente, as várias encarnações dele desde o Velho Egito. A trajetória desse espírito é fascinante. Por volta do ano 600 a.C. ressurge na Grécia, como sacerdotisa. No ano 60 a.C., renasce em Roma. De 26 a 79, ao tempo de Jesus, foi Flávia Cornélia, filha do senador romano Públius Lêntulus (Emmanuel). No ano de 233, retorna como Lívia, descrita no romance Ave Cristo.
Chico renascerá ainda outras vezes.
O maior brasileiro de todos os tempos
No século 19, volta ao cenário de lutas como Ruth Céline Japhet, em Paris, contribuindo na revisão de O livro dos espíritos e de O evangelho segundo o espiritismo. Essa informação e também a mensagem de Allan Kardec, em 30 de março de 1924, quando Chico contava 14 anos, afastam de vez a tese de que ele teria sido a reencarnação de Kardec, o que, entretanto, não diminui em nada o brilho desse espírito, que o nosso povo elegeu como o “maior brasileiro de todos os tempos”.
VISITANDO CHICO XAVIER
Vim me banhar no eflúvio de bondade
que no teu coração se faz essência;
quero aprender contigo a caridade
que espalhas a mãos cheias na existência.
Teu mandato nos prova que há verdade
em tuas mãos, tão plenas de clemência;
que a vida além da morte é claridade
brilhando na sublime quintessência.
Beijo-te a face quase como um sonho!
Neste pequeno verso que componho
deixo-te o coração, minha ternura.
Amenizando a dor, a desventura
que o mundo sofre sem poder contê-las
tu brilharás, um dia, entre as estrelas!
Therezinha Radetic
RUBENS TOLEDO é jornalista e diretor de Comunicação na USE São Paulo. Produz e apresenta o programa A Vida Continua (www.avidacontinua.org.br). Na Editora EME, atua como revisor e colabora na avaliação e preparação de originais.
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